19 C
Dourados
quinta-feira, 28 de março de 2024

Sem pontos de coleta, população descarta eletrônicos nas ruas

- Publicidade -

10/12/2014 09h26 – Atualizado em 10/12/2014 09h26

Flávio Verão

A produção de lixo eletrônico é um problema que cresce de forma proporcional à quantidade de material descartado. A maioria das cidades não tem uma política específica para esse tipo de produto, que vem sendo jogado em lixões clandestinos. Em Dourados não é preciso ir longe para presenciar o descarte desses produtos, encontrados até mesmo em canteiros centrais da cidade, como foi feito no cruzamento da Avenida Weimar Gonçalves Torres com a Rua Melvin Jones.

Com o avanço da tecnologia e o aumento do poder de compra dos consumidores, o número de aparelhos eletrônicos aumentou consideravelmente. E o que fazer com os objetos velhos? Sem ter onde jogar, muitas pessoas passaram a dispensá-los em terrenos baldios, já que o serviço de coleta de lixo não recolhe eletrônicos. Em Dourados essa realidade teve uma leve mudança em 2011, quando foi implantado um espaço para o recebimento de eletrônicos. O problema é que o trabalho não foi levado a sério (durou poucos meses) e de lá para cá nada mais foi feito.

De acordo com o diretor do Instituto do Meio Ambiente (Imam) em Dourados, Rogério Yuri Farias Kintschev, a cidade pode voltar a ganhar um novo espaço para o recolhimento de eletrônicos, no entanto, tudo vai depender da reforma do atual espaço que recebe pneus, destruído por incêndio em fevereiro deste ano. Sem previsão de reativar o espaço, a população continua sem solução para o descarte correto de eletrônicos.

A lei nacional de resíduos sólidos de 2010 isenta os estados e municípios da responsabilidade do lixo eletrônico, que é qualquer equipamento em desuso como computador, tevê, lâmpadas, baterias, celulares, entre tantos outros. Pela lei, a responsabilidade pela destinação final é das empresas que produzem, comercializem ou importem os produtos eletroeletrônicos.

Como não há nenhum órgão fiscalizador ou norma que obriga as empresas a receber os produtos em desuso, é raro encontrar algum estabelecimento que cumpre a lei federal. O gerente de Desenvolvimento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Lorivaldo de Paula, diz que cada município pode promover ações ou celebrar convênios de coleta de eletrônicos, embora o ponto de coleta seja de responsabilidade de quem fabrica ou vende o produto.

Ele explica que desde que a lei de resíduos sólidos foi implantada vêm sendo feita em todo o país acordos setoriais com as empresas para a implementação da lei. Até agora foram feitos acordos nos segmentos de pneus, embalagens de agrotóxicos, medicamentos.

“O próximo passo é fazer acordo na área de eletrônicos”, acredita Lourival. Enquanto não há nenhuma lei rígida sobre o descarte desses produtos, que não podem ser colocados no lixo comum porque têm substâncias tóxicas que geram impactos negativos ao meio ambiente e à saúde, algumas cidades do estado fazem ações de conscientização. Em junho, mês de comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o município de Glória de Dourados iniciou uma campanha para o descarte correto de eletrônicos. Quase 500 kg de materiais foram coletados na cidade e os produtos enviados a uma empresa de Campo Grande, responsável pela destinação. Já em Amambai foi criado uma Ong em maio deste ano para servir como ponto de coleta dos eletrônicos do município.

Monitores descartados em canteiro central na esquina da Weimar com a Melvin Jones - foto - Hédio Fazan

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

Carta de convocação

- Publicidade-