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sexta-feira, 29 de março de 2024

Trânsito caótico ameaça segurança de alunos da escola Weimar

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05/09/2014 08h14 – Atualizado em 05/09/2014 08h14

Trânsito caótico ameaça segurança de alunos da escola Weimar

Diretor denuncia abusos de condutores que fazem da rua, que passa em frente a escola, uma pista de corrida. Usam calçadas e põem em risco a população

Maria Lucia Tolouei

Uma tragédia anunciada. O trânsito caótico em frente a Escola Municipal Weimar Gonçalves Torres, o Centro de Educação Unificada (CEU) do Jardim Clímax, em Dourados, vem colocando em risco a vida de crianças, pais e educadores, todos os dias, nos horários de entrada e saída dos estudantes.

A dona de casa Mariza Alves Ferreira teme pela vida dos três filhos – de 5, 12 e 13 anos – e dos colegas deles. “Outro dia, um motoqueiro que usava a calçada chegou a encostar a moto no corpo de minha filha. Ele brecou e foi embora, depois de me xingar. Na hora, a minha filha não disse nada, mas no dia seguinte estava com uma mancha roxa e reclamava de dor na perna”, diz, consternada, a mãe da criança. Ela conta, ainda, que precisou gritar para chamar a atenção de um menino pequeno, que quase foi atropelado por uma máquina pesada.

Segundo o diretor daquela unidade escolar, Renato Marim Machado Faria, o alvo hoje foi o veículo que ele usa para trabalhar. Um Corsa bateu no Renault dele, no início da manhã, quando centenas de crianças chegavam para assistir as aulas. “A roda deitou”, diz, desconsolado. “É o único meio que dispomos para ir todos os dias, muitas vezes até duas, à Secretaria de Educação que fica perto do Detran, do outro lado da cidade”, comenta.

Na rua Antônio Emílio de Figueiredo, que passa em frente ao portão de entrada do CEU do Jardim Clímax, o fluxo de veículos é intenso especialmente em horário de ‘pico’, justamente quando ocorre a entrada e saída dos estudantes. O diretor diz que os dois quebra-molas sem sinalização, implantados naquela via, não resolvem o problema já que estão nos extremos da área onde fica a escola.

Ali, alguns motociclistas usam os redutores de velocidade como rampa e, conforme denúncias de pais e do diretor, utilizam inclusive a calçada para trafegar em meio a multidão de estudantes. Veículos de grande porte, como maquinários pesados, caminhões, ônibus de empresas particulares, carros, bicicletas e motocicletas disputam espaço com os pedestres, que vivem apavorados em meio ao caos.

Tem motorista na contramão, passando com as rodas do veículo na calçada, onde estão as crianças, diz Renato. Professores, pais e alunos ficam reféns do trânsito. “Eles [pessoas] param e não conseguem chegar na porta da escola”, acrescenta Mariza, mãe de alunos.

Segundo o diretor, a situação pode piorar quando uma empresa que está se instalando em frente a escola começar a receber caminhões para carga e descarga. Renato teme pela segurança dos estudantes. “Vai morrer gente aqui, se continuar assim”, desabafa . O diretor diz que, inúmeras vezes, fez apelos à Agetran [Agência de Trânsito de Dourados], nada mudou e o problema se agrava.

A Escola Weimar Torres tem uma média de 1,1 mil estudantes em três turnos, da Educação Infantil até o nono ano e a Educação de Jovens e Adultos (Eja), no período noturno. Os horários de maior risco para a comunidade estudantil do CEU do Jardim Clímax, é das 6h30 às 7h30, das 11h30 às 12h30 e das 17h às 18h, quando aumenta o fluxo de pedestres, ciclistas, motociclistas e outros condutores no final do expediente de trabalho.

O trânsito congestiona naquela via que liga um conglomerado de bairros, como Flórida I e II, Altos do Indaiá, Primavera, Novo Horizonte, Vila Toscana, Estrela Porã, Estrela Yvaetê, Parque do Lago, entre outros, até a região central de Dourados.

Na manhã de ontem, conforme noticiou o Douradosagora, um estudante de sete anos foi atropelado por um motociclista. Mãe e filho estavam quase na esquina da Eulália Pires com a rua Monte Castelo, entre o semáforo e o redutor de velocidade, quando ocorreu o acidente.

No local, moradores disseram que vêm há tempos reivindicando um redutor de velocidade no trecho que é longo e onde os condutores costumam trafegar em alta velocidade na pista recapeada. Segundo um morador, logo após passarem pelo semáforo e pelo redutor, que fica abaixo do local do acidente, em frente a Escola Bernardina, os motoristas costumam acelerar.

No trecho já ocorreram vários acidentes com morte, inclusive de outra criança, um estudante também, que aconteceu em frente a Escola Elza Farias, na Cohab II.

A população está revoltada e insegura porque a maioria tem filhos e netos em idade escolar que transitam diariamente a pé ou em bicicletas, correndo risco de morte. Isso, fora o grande contingente de trabalhadores no trecho que dá acesso entre a região central e bairros populosos como o Grande Cachoeirinha, Grande Itália, BNH 4º Plano e a BR-463.

Às margens desta rodovia estão situados bairros como a Sitióca Campina Verde, Loteamento Bonanza, entre outros, que também enfrentam o mesmo problema, com a travessia de alunos e trabalhadores naquela estrada que leva para a fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

RONDA ESCOLAR

O diretor de operações da Guarda Municipal, inspetor Ademir Martins, disse ao Douradosagora que o efetivo lotado no posto da GM no Parque Antenor Martins, que dá fundos para a Escola Weimar Torres, cumpre expediente nos horários de pico, de manhã e à noite, na região do CEU do Jardim Clímax.

Quanto ao reordenamento do tráfego, isto é um caso para a Agência de Trânsito (Agetran). O Douradosagora tentou falar, esta manhã, com o diretor do órgão, mas ele não foi encontrado. Segundo uma atendente, ele estava numa reunião.

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