18/02/2014 09h22 – Atualizado em 18/02/2014 09h22
Apesar do título, Deigon Monteiro não conquistou vaga para o Campeonato Mundial de Abu Dhabi, mas está feliz com o resultado
Renan Nucci
O maracajuense que tem apenas um braço, Deigon Monteiro, 32 anos, lutador da academia de artes marciais Nine Nine, foi campeão na categoria faixa-branca acima de 100 quilos das seletivas para o Campeonato Mundial Profissional de Jiu-Jitsu de Abu Dhabi (EAU), evento realizado no final semana em Gramado (RS).
O sul-mato-grossense venceu as cinco lutas que fez em sua categoria, sendo três por pontos e duas por finalização com estrangulamento, ficando com a medalha de ouro. Apesar do título, para chegar ao Mundial que acontece na segunda quinzena de abril nos Emirados Árabes Unidos, ele teria que vencer também no absoluto (categoria em que foram reunidos os faixas-brancas campeões em cada divisão de peso), porém, não conseguiu. Vale lembrar que ele compete com atletas que não possuem nenhuma deficiência.
“Foi uma boa competição e estou muito satisfeito com o resultado. Consegui impor meu ritmo sobre os adversários nas cinco lutas que fiz, mas infelizmente a vaga para o Mundial não veio. No absoluto, fui derrotado logo no primeiro combate, justamente para o atleta que acabou sendo campeão geral e se classificou para o Mundial”, disse ele que agora se prepara para disputar a segunda etapa do Tour MS de Jiu-Jitsu que acontece mês que vem, em Maracaju.
Lutando sem um braço
Deigon é mecânico agrícola e perdeu o braço direito em um acidente de trabalho, entretanto ele conta que nem por isso se abateu, continuando a realizar atividades que gosta. “Eu sempre treinei Muay Thai e Kickboxing, mas depois do acidente precisava de uma nova motivação e iniciei no Jiu-Jitsu. Há cerca de oitos meses, fui convidado por um amigo para fazer um treino experimental na filial da Nine Nine que havia sido inaugurada em Maracaju. Fiz, gostei e desde então tenho percebido minha evolução”, explicou.
O maracajuense explica que não encontrou dificuldades na modalidade, mesmo lutando com adversários que não eram deficientes. “Muitos até hoje acabam me subestimando de certa maneira, achando que não sou capaz, mas sempre são surpreendidos. Apesar da minha limitação, possuo muita força no braço esquerdo e assim, consigo me sobressair ao demais nos tatames. Meu foco agora é manter os trabalhos para que consiga chegar ao mundial em 2015. O Jiu-Jitsu tem trazido boas perspectivas à minha vida”, relatou.
