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quinta-feira, 28 de março de 2024

Risco de doenças cardíacas e diabetes com o consumo de carnes processadas

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Estudo revela que não há risco de doenças cardíacas e diabetes com o consumo de carnes processadas

Pesquisa

Em novo estudo, pesquisadores da Harvard School of Public Health não encontraram nenhum risco elevado para doenças cardíacas ou diabetes entre os indivíduos consumidores de carne vermelha não processada de bovinos, suínos e ovinos.

Em contraste descobriram que o consumo de carnes processadas, como bacon, linguiça e embutidos, está associado com risco aumentado em 42% para doenças cardíacas e 19% de maior risco para diabetes tipo 2.

Este trabalho é a 1ª revisão sistemática e de meta-análise da evidência mundial em como o consumo de carnes vermelhas não processadas e processadas estão relacionadas com o risco de doenças cardiovasculares e diabetes.

A pesquisadora do Departamento de Epidemiologia da Universidade de Harvard e autora-líder do estudo, Renata Micha declara: “Embora a maioria das diretrizes dietéticas recomendem a redução do consumo de carnes, estudos individuais prévios demonstraram resultados mistos nas relações entre consumo de carnes e doenças cardiovasculares e diabetes.

A maioria destes estudos não considerou separadamente os efeitos em saúde do consumo de carnes vermelhas não processadas X processadas.” O estudo apareceu online em maio de 2010 no website da revista Circulation.

Os pesquisadores, liderados por Micha e colegas reviram sistematicamente perto de 1600 estudos.

Vinte estudos relevantes foram identificados, o que inclui um total de 1.218.380 indivíduos de 10 países em 4 continentes (América do Norte, Europa, Austrália e Ásia).

Os pesquisadores definiram carne vermelha não processada como as provindas de bovinos, ovinos e suínos, excluindo aves.

Carne processada foi definida como as preservadas por defumação, cura ou salga, ou com a adição de conservantes químicos.

Exemplos: bacon, salame, carne seca (jerked, charque, etc), linguiças, salsichas ou embutidos. Fontes vegetais e marinhas não foram avaliadas nestes estudos.

Os resultados demonstraram que, na média, cada 50g de porção diária de carne processada (cerca de 1 a 2 fatias de embutidos ou 1 salsicha) foi associada com aumento de 42% no risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e 19% de risco maior no desenvolvimento de diabetes.

Em contraste, a carne vermelha in natura não foi relacionada com o risco de desenvolvimento destas patologias.

Embora a causa e efeito não possam ser provados por estes tipos de estudos observacionais a longo termo, todos estes estudos foram ajustados para outros fatores de risco, que podem ser diferentes entre as pessoas consumidoras de carne em maior ou menor teor.

Também, os fatores de estilo de vida associados com o consumo de carnes vermelhas não processadas e processadas foram similares, mas somente as carnes processadas foram relacionadas com aumento de risco.

Quando se procurou os nutrientes médios das carnes processadas e não processadas consumidas nos EUA, descobriu-se que continham quantidades médias semelhantes de gorduras saturadas e de colesterol.

Em contraste, as carnes processadas, em média, contém 4 vezes mais sódio e 50% mais conservantes à base de nitritos.

Isto sugere que as diferenças entre o teor em sal e conservantes, mais do que as gorduras, podem explicar o risco aumentado para doenças cardíacas e diabetes vistas em carnes processadas, mas não nas in natura.

O sódio dietético (sal) é sabidamente conhecido como incrementador da pressão, um forte fator de risco para doenças cardíacas.

Em experimentos animais, os conservantes à base de nitrato podem promover aterosclerose e reduzir a tolerância à glicose, efeitos que podem aumentar o risco de doenças cardíacas e diabetes.

Dadas as diferenças em riscos em saúde entre o consumo de carnes processadas X não processadas, estas descobertas sugerem que estes tipos de carne devem ser estudados separadamente em futuras pesquisas a respeito dos efeitos em saúde, incluindo câncer.

Por exemplo, a ingestão maior de carne no total e de carne processada foi associada com maior risco de câncer colorretal, mas carne vermelha não processada não foi avaliada separadamente.

Os pesquisadores sugerem que mais pesquisas são necessárias sobre quais fatores (especialmente sal e outros conservantes) nas carnes são os mais importantes em relação aos efeitos em saúde.

Para diminuir os riscos de ataques cardíacos e diabetes, as pessoas devem ponderar sobre quais tipos de carnes estão consumindo.

Carnes processadas como bacon, carnes salgadas, curadas e defumadas, linguiças, salsichas e embutidos processados representam os mais importantes a serem consumidos muito parcimoniosamente. Baseado nas descobertas, o consumo de 1 porção por semana pode estar relacionado com aumento do risco relativo.

Este estudo foi suportado por Bill & Melinda Gates Foundantion/ World Health Organization Global Burden of Diseases, Estudo em Fatores de risco e injúrias; pelo National Heart, Lung e Blood Foundantion, Institutos Nacionais de Saúde e pelo programa de escolares Searle.
Colesterol e carne vermelha

A doença cardiovascular é a principal causa de morte no Brasil e em muitos países.

A incidência desta doença tem sido relacionada com os altos níveis de colesterol sanguíneo (Keys, 1970, Mattson et al., 1972, Kato et al., 1979, Stamler et al., 1986).

Para mantê-lo em baixos níveis a American Heart Association (2001) recomenda uma dieta equilibrada, com baixo teor de lipídios, colesterol e ácidos graxos saturados e maior taxa de ácidos graxos monoinsaturados e polinsaturados.

Concentrações de colesterol e lipídios totais em carnes cruas

No entanto, a carne bovina apresenta teor de colesterol ao redor de 50 mg/100 g, semelhante ao da carne suína e de frango, como pode ser visto na Tabela abaixo (BRAGAGNOLO & RODRIGUEZ-AMAYA, 1992 e 1995), não justificando sua condenação ou aversão por parte dos consumidores.

Com relação ao colesterol, observa-se também que o contrafilé bovino grelhado apresenta menor teor que o relatado para a carne branca do frango sem pele, coxa com pele e frango inteiro.

A carne bovina apresenta até mesmo concentrações similares a algumas espécies de peixe e inferior ao relatado para crustáceos e outros peixes.

Com estas informações, você pode consumir tranquilamente a saborosa carne bovina em quantidades moderadas por dia e se possível, praticando exercícios físicos regularmente.

Estas são atitudes para você que deseja uma vida saudável para sua família!
Mais informações sobre carne bovina e receitas deliciosas, acessem: www.sic.org.br.(Comitê Técnico do SIC)

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