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sexta-feira, 29 de março de 2024

Microcefalia associada ao zika terá custos de até US$ 10 bi para o Brasil

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ONU 19/08/2017 12h00

Os custos da microcefalia associada ao vírus zika podem chegar a 10 bilhões de dólares no Brasil, impondo um ônus imediato sobre os sistemas de saúde e bem-estar social.

É o que revela um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre a epidemia na América Latina e Caribe.

Documento faz análise específica do caso brasileiro. Pesquisa foi lançada nacionalmente na terça-feira (15), em Brasília, com o Ministério da Saúde.

A mesa de abertura do evento de lançamento do relatório contou com a presença do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, do diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, e do diretor de país do PNUD Brasil, Didier Trebucq.

A mesa de abertura do evento de lançamento do relatório contou com a presença do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, do diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, e do diretor de país do PNUD Brasil, Didier Trebucq. Foto: PNUD Brasil/Thalita Rosemberg

A longo prazo, os custos da microcefalia associada ao vírus zika podem chegar a 10 bilhões de dólares no Brasil, impondo um ônus imediato sobre os sistemas de saúde e bem-estar social.

É o que revela um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentado na terça-feira (15), em Brasília, com o Ministério da Saúde do Brasil.

No cenário mais positivo, os casos da malformação vinculados à epidemia ainda trariam despesas de 3 bilhões de dólares.

A análise “Uma avaliação do impacto socioeconômica do vírus Zika na América Latina e no Caribe: Brasil, Colômbia e Suriname como estudos de caso” revela que, de 2015 até 2017, o custo socioeconômico da disseminação do zika na região poderá chegar a 18 bilhões de dólares — aproximadamente 56 milhões de reais. Hipóteses mais otimistas preveem prejuízos de 7 bilhões de dólares.

Economias maiores como o Brasil devem arcar com uma parcela mais elevada do custo absoluto, mas os impactos mais severos serão sentidos em países mais pobres.

Haiti e Belize podem perder em torno de 1,13% e 1,19%, respectivamente, do Produto Interno Bruto (PIB) anualmente, em um cenário de infecção elevada. Os custos indiretos podem ser substanciais.

As estimativas sugerem que a renda perdida, devido a novas obrigações com cuidados infantis, poderá variar de 500 milhões de dólares a 5 bilhões de dólares — aproximadamente de 1,5 a 15,5 bilhões de reais — para a região.

O Caribe é o mais afetado, com um impacto cinco vezes maior que a América do Sul. Mais de 80% das perdas potenciais em três anos devem-se à redução das receitas do turismo internacional, com o potencial de chegar a 9 bilhões de dólares — cerca de 28 bilhões de reais — em três anos ou 0,06% do PIB anualmente.

“Os surtos de doenças, além de terem consequências potencialmente graves para a saúde, podem devastar social e economicamente comunidades e minar os esforços nacionais de desenvolvimento.

Embora uma resposta de emergência rápida e oportuna seja um passo indispensável para controlar a epidemia de zika, como é o caso do Brasil, há uma necessidade crescente de tratar dos efeitos menos evidentes desses surtos, ou seja, os impactos sociais, as perdas e dificuldades econômicas que aumentam as desigualdades preexistentes”, afirmou o diretor de país do PNUD, Didier Trebucq.

O estudo é fruto de uma parceria do PNUD com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FIRC).

Apresentando o relatório, a especialista em saúde e uma das autoras da análise, Pallavi Yagni, destacou que o zika afeta principalmente as populações mais pobres, sobretudo as mulheres pobres de áreas periféricas das cidades.

A especialista elencou, como desdobramentos sociais do zika, a exacerbação da pobreza e da desigualdade, o aumento da desigualdade de gênero, o aumento do estigma e dos desafios para o bem-estar dos afetados e a exposição dos desafios de governança.

Embora tenha havido esforços por parte dos três países contemplados no relatório, a avaliação mostra que as respostas nacionais ao vírus na região enfrentam vários desafios, incluindo modesta capacidade em sistemas de vigilância e diagnóstico, esforços de prevenção, alocação de recursos e coordenação.

ONU

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