21/09/2017 17h05 – Por: Flávio Verão
Portadores de deficiência, a maioria cadeirantes, realizaram nesta quinta-feira (21) em Dourados a 6ª edição do “Hoje essa vaga não é sua nem por 1 minuto”, campanha nacional e que pede a conscientização de motoristas a não parar em vagas prioritárias. A ação integrou as atividades da Semana de Trânsito.
A mobilização aconteceu pela manhã em área de estacionamento da avenida Marcelino Pires, com cadeiras de rodas espalhadas nas vagas comuns, no intuito de conscientizar a população quanto ao uso inadequado desses espaços. A campanha foi uma parceria com Agência Municipal de Trânsito (Agetran).
Alex Morais, presidente do Centro de Apoio ao Deficiente Físico em Dourados, diz que o respeito da população tem melhorado, mas ainda há muito o que avançar. Em Dourados, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vivem pelo menos 13 mil pessoas usuárias de cadeira de rodas.
A legislação determina que pelo menos 2% das vagas de estacionamento sejam destinadas para motoristas com deficiência física. É uma forma de compensar a dificuldade maior de locomoção desse público. As vagas, em tese, deveriam ser distribuídas em pontos estratégicos para serem usadas exclusivamente por deficientes físicos. O problema, no entanto, é o desrespeito.
De acordo com Alex, além da problemática de ocupação das vagas não só das pessoas com deficiência, como também de idosos, por parte de condutores que não integram esses públicos, outro dilema seria quanto aos locais reservados para os deficientes. Ele cita como exemplo uma vaga na avenida Marcelino Pires, ao lado da praça Antônio João. “Está na esquina, local correto, mas de frente com uma banca de revista. Um cadeirante não terá como sair do veículo, pois se abrir a porta do carro não terá como descer, já que banca ocupa a calçada”, reclamou.
Alex Morais também questiona quanto aos locais das vagas que no ano passado foram alteradas de lugar pela empresa EXP Parking, responsável pela concessão do estacionamento rotativo na área central. “Antes essas vagas ficavam em locais estratégicos. Tinha, por exemplo, em frente a Caixa Econômica Federal da rua Joaquim Teixeira Alves. Agora não tem mais e os próprios deficientes não sabem onde elas ficam”.
As placas verticais do estacionamento rotativo trazem informações em tamanho pequeno para indicar que a vaga é para idoso e deficiente. Durante audiência pública realizada em maio na Câmara Municipal, sobre o estacionamento rotativo, Alex questionou esse problema, de dificuldade de encontrar as vagas. O vereador Marçal Filho, propositor da audiência, encaminhou à prefeitura uma série de alterações que deveriam ser feitas no estacionamento, incluindo melhorias para vagas de idosos e deficientes.
De acordo com Alex, a Agetran ficou apresentar um mapa indicando onde está cada vaga destinada aos cadeirantes, bem como de se reunir para estudar sobre os melhores locais para instalar estacionamento prioritário, mas até agora isso não ocorreu.
