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quinta-feira, 28 de março de 2024

Casas de abrigo em Dourados enfrentam crise financeira

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Por: Flávio Verão – 24/10/2016 07h51

As três casas de abrigo não governamentais em Dourados, responsáveis por acolher crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade, enfrentam crise financeira. As receitas não são capazes de arcar com as despesas que só aumentam. Para agravar ainda mais a situação, o governo federal suspendeu por tempo indeterminado repasses de ajuda de custo a partir deste mês.

Atualmente 55 crianças e adolescentes estão distribuídas entre o Lar Ebenezer, Iame e Lar Santa Rita. Há também no município a casa de abrigo Renascer, de responsabilidade da prefeitura, e que conta com mais seis adolescentes. Por ser uma entidade mantida apenas pelo governo, não enfrenta problema de recursos.

Todo fim e início de ano são os períodos mais críticos, pois é quando ocorre atraso ou suspensão de recursos por parte do poder público. Quando isso acontece, cabe as entidades recorrer a promoções para arrecadar dinheiro como churrascos e ampliar o serviço de telemarketing para captar mais mantenedores. Doações da sociedade chegam a representar 70% ou mais de tudo o que é arrecadado nas instituições.

O Lar Ebenezer é responsável pelo acolhimento de meninas e atualmente há 14 no local, entre 6 a 16 anos. A coordenadora Gisele Ferreira diz que não sabe como quitar as despesas do abrigado, em torno de R$ 55 mil por mês. O Governo federal ajudava com R$ 6,5 mil, valor suspenso este mês. Outra contrapartida vem do governo estadual, de R$ 3,4 mil. O restante (maioria) é vem de doações da sociedade.

“Muita gente não sabe, mas as despesas da casa não são apenas com a alimentação das meninas. A manutenção envolve água, luz, telefone, combustível para transporte de nossas acolhidas até as escolas, salário de 20 funcionários”, explica a Gisele. “Não temos onde cortar despesas. Para mantermos a casa temos que seguir uma série de determinações, como manter equipe multidisciplinar com psicólogo, assistente social, além disso, o Ebenezer atende 24 horas por dias e tem que manter funcionários em todos os horários”, acrescenta, ressaltando que a folha de pagamento é a mais cara. Com dívidas acumuladas a entidade não sabe como irá se manter nos meses de novembro e dezembro e não descarta a possibilidade de paralisar as atividades ano que vem.

O Iame atende meninos a partir de 7 anos de idade e atualmente mantém 15 crianças e adolescentes. As despesas giram em torno de R$ 25 mil e a suspensão de recursos do governo federal (R$ 7,5 mil) fará com que a entidade passe por dificuldades a partir de novembro. O diretor John Bergen prepara um bazar para ser realizado mês que vem com o objetivo de arrecadar dinheiro para pagar as contas. Também vai realizar um churrasco, previsto para dezembro.

O Lar Santa Rita se diferencia por receber bebês. Atualmente 26 crianças estão abrigadas e a despesa de manutenção é de aproximadamente R$ 60 mil por mês. A coordenadora Mônica de Medeiros diz que a entidade precisa de doações como roupas, calçados e necessita, com mais urgência, de fraldas e leite (NAM e caixinha). “No final do ano as despesas aumentam, principalmente com a folha salarial dos funcionários”, explica.

Maioria das crianças vai parar em abrigo por problemas relacionados a álcool e drogas, dos pais, informa a coordenadora do Núcleo de Orientação e Fiscalização (NOF) da Vara da Infância e da Juventude do Fórum em Dourados, Liege Dias. Esse problema representa até 75% dos casos, seguido de abandono e negligência, violência doméstica e abuso sexual.

Ajuda

Interessados em ajudar o Lar Ebenezer podem entrar em contato pelo 3421-0103 ou 99201-7277, com a coordenadora Gisele Ferreira. No Lar Santa Rita o contato é o 3421-9966, Mônica de Medeiros. Já o Iame o telefone de contato é o 98119-9901 (Jhon).

O Lar Ebenezer é responsável pelo acolhimento de meninas e atualmente há 14 no local, entre 6 a 16 anos; com dívidas acumuladas a entidade não sabe como irá se manter. (Foto: Hedio Fazan)

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