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terça-feira, 16 de abril de 2024

Criar cobra pode render R$ 8 mil/mês

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21/09/2011 18h43 – Atualizado em 21/09/2011 18h43

Flávio Verão

Uma atividade exótica e lucrativa. Essa é a rotina de quem tem um serpentário – conjunto de instalações utilizadas para domesticação de cobras venenosas. O paulistano Marcos Francoti, conhecido como ‘Marcos das Cobras’, cria serpentes há quase um ano. Ele está em Dourados para ministrar curso sobre administração de serpentários, que será realizado no dia 27 de setembro, às 19h, no Sindicato Rural. Segundo ele, a atividade tem sido lucrativa, chegando a R$ 8 mil por mês.

Durante passagem pela redação do Douradosagora e do site Douradosagora, Marcos das Cobras, acompanhado de dois filhotes de Jiboia, falou um pouco sobre o processo de administraçao de serpentário. Ele é administrador de empresas e professor universitário e decidiu criar cobras para aumentar a renda. Como não é especialista em animais peçonhentos, estará com ele no curso o biólogo Stefan Tutzer, também de São Paulo.

Marcos das Cobras disse que o lucro do serpentário está no veneno das cobras. O grama, segundo ele, custa cinco vezes mais que ouro. No entanto, para se obter a quantia de um grama é necessário 30 serpentes. A coleta é feita uma vez ao mês. Um grama do veneno de Cascavel e Jararaca custa R$ 300. Da cobra coral R$ 7 mil. “É uma atividade bastante lucrativa”, assegura Marcos das Cobras. Ele e Stefan têm 1.200 cobras num serpentário em Taquaral, interior de São Paulo.

CRIAÇÃO

A domesticação de serpentes é feita por meio de autorização do Ibama. O primeiro passo, segundo Marcos, é encontrar uma área rural, de pelo menos 400 m². É proibido criar cobras venenosas na cidade. Depois disso deve ser feita a instalação de baias, com tamanho de quatro metros quadrados; chão e piso devem ser de grama. Duas baias são suficientes. Feito esse processo, o criador pode solicitar as cobras junto ao Ibama ou outros órgãos que tem serpentes em cativeiro. Cada uma tem, em média, 15 filhotes por ano.
Os gastos com as serpentes são básicos. “Uma serpente [Cascavel e Jararaca] come um ratinho por mês”, diz o criador. A cobra Coral tem hábito alimentar diferente. Ela come outra cobra, de qualquer espécie, desde que não ultrapasse o tamanho dela.

A prática de serpentário no Brasil, segundo ele, é recente e há poucos criadores no Brasil. “Surgiu há pouco mais de dois anos e tem sido crescente cada vez mais”, diz Marcos das Cobras.

Ele diz ainda que a pessoa interessada em criar serpentes recebe assessoria. “Temos veterinários que fazem o trabalho de alimentação, limpeza do serpentário e de coleta do veneno”, disse. “O criador poderá também fazer um curso de capacitação prático para realizar todo esse processo”, ressalta.

O veneno da cobra é encaminhado a laboratórios no exterior. São utilizados para fazer medicamentos. O da Cascavel e da Surucucu, por exemplo, para tratar câncer. O da Jararaca para controlar hipertensão arterial. Ainda não há laboratório no Brasil para manipular o veneno das cobras.

CURSO

As inscrições ao curso no Sindicato Rural podem ser feitas no dia do evento. Quem participar terá direito há um vídeo-documentário sobre serpentário e certificado.

Marcos exibe os filhotes de Jiboia

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