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terça-feira, 19 de março de 2024

“Dourados tinha só 3 postos funcionando 100%” diz novo secretário

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“Dourados tinha só 3 postos funcionando 100%” diz novo secretário

Renato Vidigal diz que assumiu Saúde com 44 postos apresentando problemas graves como a falta de internet, que impedia a marcação de exames e envio de dados ao E-Sus. Crise vai desde a falta de insumos básicos como papel higiênico à manutenção de equipamentos complexos

Por: Valéria Araújo – 09/01/2017 06h52

Das 47 unidades básicas de Saúde de Dourados, apenas três estavam funcionando 100% enviando dados ao E-SUS, programa do governo federal armazena número de pacientes atendidos e o Ministério da Saúde encaminha recursos aos municípios com base nesses dados. Sem informar sobre os atendimentos, a cidade de Dourados corria o risco de deixar de receber cerca de R$ 600 mil esse ano. O prazo que as cidades tinham para enviar esses dados vencia essa semana, mas foi prorrogado para fevereiro. O levantamento foi feito durante o período de transição pela equipe do médico Renato Vidigal, que assumiu a secretaria de Saúde do Município.

Segundo o estudo, os problemas na atenção básica que mais se destacaram foram a falta de internet, que impedia a marcação de exames, a ausência de manutenções simples, como o fato de computadores estarem parados por falta de instalação, e o mais grave, essas unidades não tinham capacidade para informar ao E-Sus, o número de atendimentos realizados.

Por causa disso, Vidigal diz que o primeiro decreto que assinou, criou o núcleo de informática fornecendo profissionais de Tecnologia da Informação (TI) pra atuar nas unidades de saúde para restabelecer o sistema de internet. Vidigal disse que estava desde o período de transição realizando levantamentos na pasta para definir prioridades, que, segundo ele, são os serviços de urgência e emergência, atenção básica e informatização da Saúde.

Renato Vidigal fez um balanço já dos primeiros dias à frente da Secretaria de Saúde de Dourados, e diz que assume a pasta com desafios maiores do que esperava. Segundo ele, o setor passa por crise, em que os problemas vão desde a falta de insumos básicos papel como higiênico, bebedouros e sabonetes à ausência de manutenção em aparelhos mais complexos.

O secretário esteve em visita no último dia 4 no Pronto Atendimento Médico (PAM) acompanhado pela diretora da Funsaude Ana Rita Peixoto Arondo dos Santos, do diretor operacional Dairo Peralta e do gerente administrativo Cassio Humberto. A estrutura, que apesar de atender mais de 800 pacientes por dia, está com problemas crônicos como a estrutura física sucateada, raio-x quebrado e falta de medicamentos. Neste local pacientes são atendidos de forma precária, em consultórios sem ventilação e o mínimo de conforto.

Recentemente a redação apurou que há uma lista de pelo menos 14 tipos de medicamentos entre eles o sertralina, carbonato de lítio, fenitoína, entre outros de uso controlado em falta. Por causa disso, a farmácia da Unidade teria fechado no período da tarde há pelo menos 3 meses.

Além disso, o prédio enfrenta problema grave de calha e infiltrações. Os vidros estão quebrados, assim como vários assentos e os servidores que atuam no local chegam a fazer vaquinha para comprar grampos e até papel higiênico, que segundo os pacientes falta com frequência. Além disso, com ventiladores e ar condicionados sem funcionar, pacientes não são atendidos adequadamente. Por isso, muitas consultas são suspensas no período da tarde, acumulando os atendimentos da manhã.

Medidas

Em relação ao PAM o secretário disse que já existe uma verba de emenda estadual para a reforma da unidade e acredita que até o meio do ano as obras iniciam. Também demonstrou interesse em resolver o problema da falta de ventilação e a manutenção do aparelho de raio-x, viabilizando recursos por meio da repactuação com Estado e União.

Também disse que irá anunciar em breve, junto com a prefeita Délia Razuk, investimentos para serem aplicados a curto espaço de tempo na Saúde de Dourados. Também demonstrou interesse na valorização do servidor de carreira através de cursos, e busca a humanização do atendimento da Saúde.

Em relação a saúde pública em crise o secretário lamentou. “Nós assumimos a secretaria com resquícios graves do passado e por isso, quando a gente pensa que vai pegar o bastão andando e continuar a corrida, nos surpreendemos ao saber que o bastão estava mais do que parado”.

Para Vidigal, a palavra que define a situação da Saúde de Dourados é o desafio. “Sou médico e minha missão é cuidar de gente. Ao meu lado busquei reunir um corpo técnico competente que vai me auxiliar nesta caminhada e não medirá esforços para que juntos possamos vencer esse desafio de melhorar a nossa Saúde Pública”, destaca.

Secretário se depara com porta quebrada em unidade de saúdefoto - Hedio Fazan

Secretário Vidigal e equipe verificam equipamento em unidade de saúde de Dourados

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