26.6 C
Dourados
sexta-feira, 19 de abril de 2024

Índios fecham 156 enquanto Sanesul tenta consertar bomba

- Publicidade -

Indígenas fecham MS-156 enquanto Sanesul tenta consertar bomba

Por: Maria Lucia Tolouei – 26/07/2016 09h59

fotos e vídeos: Cido Costa

Lideranças das aldeias Bororó e Jaguapiru voltam a fechar a rodovia MS-156 que corta a Reserva indígena, entre Dourados e Itaporã. Eles usam galhos e pneus para impedir a passagem dos veículos. O motivo do manifesto, que começou ontem, é a escassez de água potável nas aldeias.

Enquanto isso, a Sanesul mandou uma equipe à Jaguapiru, para tentar reparar uma antiga bomba que emperrou num dos poços. O pedido para isso, segundo lideranças, ocorreu há tempos mas até hoje nada havia sido feito.

De acordo com o líder guarani Ivan Cleber de Souza, o manifesto não tem prazo para acabar. O bloqueio segue semana adentro até que comecem as obras dos novos poços.

Em nota remetida ao Douradosagora, o deputado federal Geraldo Resende afirma que, a partir desta quarta-feira, os poços serão perfurados. A informação foi encaminhada ao parlamentar pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), após cobrança.

Conforme noticiado pelo Douradosagora, os indígenas da Bororó e Jaguapiru, estão consumindo água suja de lagoas e açudes. O líder terena Ernesto Reginaldo Dávila mostrou ao Douradosagora a garrafa de plástico onde armazenou água que serve para beber e cozinhar. No mesmo açude onde ele pegou a água, mulheres lavam as roupas, enquanto crianças nadam.

Em entrevista, ao Douradosagora, Dávila contou que muitos indígenas estão sofrendo com doenças infecciosas, por conta da água suja que consomem. Segundo ele, a chuva carrega vestígios de agrotóxicos para as lagoas, onde também se encontram embalagens de venenos que muitas famílias utilizam para carregar a água contaminada, por falta de opção. “Isso é desumano”, arremata o terena.

Outro líder terena, o pastor Valdemir Ribeiro disse ao Douradosagora que as comunidades das aldeias Bororó e Jaguapiru estão sem água há cerca de seis meses. “Poucas famílias tem o próprio poço; a maioria secou”, conta Ribeiro. “Bebem água parada, contaminada e as crianças ficam doentes”; “Se isso acontecesse na cidade, seria calamidade pública”, certo?. questiona o líder terena Valdemir Ribeiro.

Os indígenas estão inconformados com a situação das famílias que passam sede e se sujeitam a cozinhar, lavar roupa e beber água parada. ´É, também, o caso do caiuá Nilson Severino Aquino que foi fotografado pelo Douradosagora chegando em casa com dois galões de água da lagoa barrenta, em tambores de 20 litros, que transportava numa carriola. Segundo ele, a água contaminada é a única opção que dispõe para garantir o as refeições da família


Eles usam galhos e pneus para impedir a passagem dos veículos. O motivo do manifesto, que começou ontem, é a escassez de água potável nas aldeias.  foto - Cido Costa/Douradosagora


Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-
Verified by MonsterInsights