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terça-feira, 16 de abril de 2024

Indígenas e agências iniciam projeto de recuperação das nascentes e córregos

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Comunidade e especialistas detectaram o assoreamento e degradação dos córregos que podem desaparecer e ainda comprometer o volume de águas do Rio Dourados

19/10/2017 06h32 – Por: Valéria Araújo

A comunidade indígena de Dourados iniciou essa semana um projeto de recuperação das nascentes e córregos das aldeias Bororó e Jaguapiru. O movimento é liderado pela Associação de Mulheres Indígenas de Dourados (Amid) com o apoio da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

De acordo com a representante das mulheres indígenas, Lenir Paiva Flores Garcia, as nascentes e os córregos da Reserva estão escassos, sendo que muitos deles já desapareceram por causa do assoreamento. “Se não for recuperadas acreio que dentro de 5 anos não teremos mais água nas comunidades indígenas. Quando uma nascente seca prejudica as veias dáguas que sustentam os poços das comunidades”, alertou.

O ponta-pé inicial para os trabalhos é um diagnóstico das condições das 15 nascentes existentes no local e melhor maneira de recuperá-las. O trabalho será realizado pela professora da UFGD, Zefa Valdino Pereira, doutora em Biologia Vegetal com pós-doutorado em recuperação de áreas degradadas. A pesquisa contará com o apoio de alunos da universidade. A previsão é de que até o final de novembro desse ano, o diagnóstico já esteja disponível para a comunidade indígena. A partir dai, a comunidade deve se mobilizar para a limpeza, desassoreamento e plantio de vegetação típica da região para proteger as margens dos córregos.

De acordo com a professora, o ideal é que toda a comunidade indígena seja envolvida no projeto. “Vai ter que ter pessoas comprometidas com a causa. Vamos ter que fazer o plantio de muitas mudas e o cuidado com essas plantas deve ser constante”, destaca alertando que essa causa deveria ser abraçada por todos os douradenses uma vez que o desaparecimento das nascentes podem influenciar a longo tempo no volume de águas também do Rio Dourados.

Poluição

Outra preocupação apontada pela comunidade indígena é a poluição próxima as nascentes. “Existem empresas que ladeiam a reserva com vazamentos de óleo e também dejetos de porco”, denuncia o indígena Ivan de Souza, o “Tainha”

Paralelo a esse trabalho de iniciativa das mulheres indígenas, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) ofereceu um curso para os agentes sanitários indígenas. Duas turmas receberam orientações e técnicas sobre a limpeza e reflorestamento as margens das nascentes.

A engenheira civil Everli Quinários, destacou que foram localizadas 15 nascentes, mas acredita que pode haver muito mais. Ela disse que o Dsei busca parcerias para a compra de cimento e mudas para realizar o trabalho porque não existe orçamento para a compra desse tipo de produto.

O projeto de iniciativa das mulheres indígenas buscou apoio dos deputados Geraldo Resende (federal) e Renato Câmara (estadual) que já sinalizaram ajudar a viabilizar recursos para tirar o projeto do papel.

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