Por: Flávio Verão – 27/07/2016 16h20
Indígenas desbloquearam a MS-156 entre Dourados e Itaporã na tarde desta quarta-feira (27). Com a chegada de máquinas para perfurar poços artesianos nas aldeias Jaguapiru e Bororó, reivindicação da comunidade, a pista foi totalmente liberada.
O fechamento da rodovia teve início na segunda-feira. Mais de cinco mil indígenas estão há meses sem água. Ao todo, a Reserva Indígena de Dourados tem pouco mais de 14 mil habitantes.
O problema da falta d’água é crônico na reserva, principalmente na Bororó. As moradias são abastecidas por água que vem de reservatórios com capacidade de 100 a 200 mil litros. Esses grandes tanques eram enchidos por poços artesianos, mas como a maioria dos poços estão desativados, por falta de manutenção, os reservatórios passaram a ser abastecidos por caminhão pipa da prefeitura. O problema é que o sistema de encanamento da reserva tem falhas e sem pressão a água não chega em metade das residências na reserva.
Silvio Leão, liderança na Bororó, disse que a comunidade vai acompanhar o trabalho da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsáveis pela perfuração dos poços. “Só vamos ter certeza que tudo está certo depois da obra estiver concluída”, afirmou o Guarani-Caiuá. Os indígenas estão fartos de promessas. Há anos se discute sobre o impasse para pôr fim a falta d’água, mas até hoje nada foi resolvido.