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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Professores oficializam união homoafetiva

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Os professores Nazir José Salomão, 50 anos, e Maurício Nakano, 29 anos, oficializaram ontem a união estável homoafetiva que já dura três anos e meios. Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união para casais do mesmo sexo, a procura por casamentos tem sido grande em Dourados. Somente no Cartório do 2º Ofício ocorreram mais de dez uniões de casais gays.

Os professores estão juntos há três anos e meio. Depois de seis meses de namoro, ficaram noivos em julho de 2008. Marcaram a data da união estável há pouco mais de duas semanas. Nesta quarta-feira durante a assinatura de escritura de união no Cartório, a ansiedade tomou conta dos noivos. Nazir era o mais nervoso. “Há dois dias só fico pensando nesse casamento. Não via a hora de chegar”, declarou ao Douradosagora. A troca de alianças aconteceu por volta das 11h. Dois professores universitários foram testemunhas.

Nazir resume a união com o parceiro pela significância que o casamento dá a eles a partir de agora. “Não pelo papel que assinamos aqui no cartório e sim pela relevância que vai marcar as nossas vidas”, disse ele.

Com a decisão do STF, casais do mesmo sexo passam a ter direitos como herança, inscrição do parceiro na Previdên-cia Social e em planos de saúde, impenhorabilidade da residência do casal, pensão alimentícia e divisão de bens em caso de separação e autorização de cirurgia de risco. É diferente do casamento que só pode acontecer entre pessoas de sexo oposto e que garante outros “benefícios”, como regime de bens e a mudança de nome.

Respeito

Maurício Nakano, professor da rede pública, diz que ainda é grande o preconceito contra homossexuais. Na escola em que trabalha é comum, por parte dos alunos e de outros professores. “Somos cidadãos que pagamos nossos impostos, temos uma vida normal, não fazemos mal a ninguém. A única coisa que eu gostaria que houvesse é mais respeito”, declarou.

Natural de Glória de Dourados, Maurício veio a Dourados para cursar faculdade. Se formou em Letras na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Foi na universidade que conheceu Nazir, professor no curso de Letras na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems).

“Comecei a cursar Letras em 2005. Durante uma palestra no auditório da Uems, que fica ao lado da UFGD, tive a oportunidade de ver o Nazir. O tempo passou, via ele sempre pelos corredores da universidade e só criei coragem de conhecê-lo pessoalmente quando eu estava no último ano do curso. No início de 2008, numa conferência, falei com o Nazir pessoalmente e a partir daí estreitamos laços de amizade”, relata o professor Maurício.

Na união homoafetiva do casal, Nazir é o que se diz mais “confortável”, não pelo casamento, mais sim pela nova família que ganhou. Órfão de pai e mãe, tem apenas um irmão, que não aceita ele como gay. “Na família de Maurício é diferente, não há preconceito. Estou muito contente porque eles me aceitaram como pessoa, como homem, como ser humano. E ainda mais, como parceiro de Maurício”, descreve o professor Nazir.

A festa de união do casal ainda não está marcada. Pretendem reunir mais para frente os amigos em uma confraterni-zação. Maurício e Nazir não têm intenção de adotar filhos. Em casa, eles têm dois cães e dois gatos.

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