Renato Teixeira canta e conta a relação de amor pelo Mato Grosso do Sul
Cantor se apresentou segunda-feira no CEEJA como parte do projeto “Diversidade Cultural: 40 Anos Construindo a Historia de MS”
04/10/2017 06h59 – Por: Fátima Frota
Em clima de resgate histórico a classe estudantil e educadores do Centro Estadual de Educação Profissional Professora Evanilde Costa da Silva, que abriga o Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA), apresentaram na noite da última segunda-feira, o projeto “Diversidade Cultural: 40 anos construindo a Historia de Mato Grosso do Sul”. O cantor e compositor Renato Teixeira abrilhantou o evento com diálogos, histórias e músicas que marcaram a carreira e a relação com o Estado iniciada no tempo em que ainda não havia a divisão do Mato Grosso.
No momento musical tão aguardado, poucos imaginavam que ao subir ao palco para cantar, Renato Teixeira, iria também contar sua relação com o Estado de Mato Grosso do Sul.
Ele relatou que foi num circo que ouviu pela primeira vez música ao vivo. E a primeira que ouviu se chamava “Mestiça” que nunca esqueceu e cantarola: “Se ocê for pra Mato Grosso, não deixe de me avisar, que eu quero mandar um recado pra minha mestiça que mora por lá”.
Despertava naquele instante, as moléculas da cultura caipira para mais tarde ao ouvir Paulinho da Viola cantando o Rio de Janeiro, eclodir de vez o estilo musical do cantor e compositor Renato. Foi então que concebeu a belíssima música “Romaria”, que encanta pela melodia e letra do “sou caipira, Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida, ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida”. Renato lembrou que foi na década de 80 que iniciou a parceria com Almir Sater.
A cada parada para conversar com a platéia, dedilhava músicas como se aqui tivesse nascido. “Matogrosso do Sul brasileiro, terra boa ser jardim do Brasil, onde pulsa a nação pantaneira, calorosa, serena e sutil”.
Almir Sater, Paulo Simões e Geraldo Roca são reverenciados por Renato Teixeira. “Minhas músicas tem um pouco desse DNA sul-mato-grossense, mas bastante também do mato-grossense, pois, apesar do Estado estar dividido não podemos tirar da memória o que o Mario Zan cantou”.
O bate papo no CEEJA foi intercalado com clássicos do seu repertório, como “Chalana” em que o público entoou junto. E o que dizer da folclórica “Seriema”? “Oh, Seriema do Mato Grosso, teu canto triste me faz lembrar, daqueles tempo que eu viajava, tenho saudade do seu cantar…”
Em suas apresentações, mesclou grandes sucessos de sua carreira como “Amanheceu, Peguei a Viola”, “Romaria”, “Tocando em Frente”, entre muitas outras.
A noite cultural de segunda-feira no CEEJA contou também com danças do Centro de Tradições Gaúchas (CTG), relembrando a primeira vinda dos sulistas para a região Centro-Oeste motivada pelas revoluções federalistas que lá ocorriam. A música “Meu Mato Grosso do Sul” da dupla Carlos Fábio & Pacito foi cantada pelo Coral de funcionários administrativos, educadores e coordenadores da escola. A professora e escritora Maria de Lourdes Gonçalves Ibanhez, esposa do cantor Renato Teixeira, declamou em sua poesia o Estado, homenageando todos os migrantes que fazem a nação sul mato-grossense.
Entrelaçados
Dourados recebe o filho do Mato que continua encantando e propagando o Estado, que viu dividir aos 11 de outubro de 1977. Na intimidade da letra, “Mato Grosso do Sul, Meu Amor”, Renato Teixeira reforça o sentimento que traz no seu coração.
Mato Grosso do Sul, Meu Amor
Mato Grosso do Sul, meu amor
Minha terra, meu chão, meu lugar
Eu carrego dentro do meu peito
Um coração sincero que sabe te amar
Quando escuto a sanfona tocando
me vem a saudade eu começo a lembrar
Eu lhe digo com sinceridade
a beleza é verdade podemos provar
Basta olhar pra esta terra da gente
Sentir de repente o prazer de cantar
Mato Grosso do Sul, meu amor
Minha terra, meu chão, meu lugar
Mato Grosso é a vida da gente
Nossa terra e também nosso lar
Mato Grosso do Sul, meu amor
Minha terra, meu chão, meu lugar
