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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mais espaço para produtos de baixo impacto ambiental e menos industrializados

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Sociedade Nacional de Agricultura 20/07/2017 09h04

Aproveitar as mudanças do perfil dos consumidores, que buscam alimentos menos industrializados e com produção de menor impacto para o meio ambiente, foi um dos pontos debatidos por representantes do setor agropecuário, de governos, pesquisadores, instituições representativas do agronegócio, entre outros, durante o Global Pulse Conferederation (GPC), em Vancouver, no Canadá.

Para o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão & Pulses (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, que participou do encontro internacional, entre os dias 10 e 13 de julho, além de acompanhar esse momento de apelo por produtos mais saudáveis no campo, nas prateleiras e à mesa das famílias, é necessário que o agro brasileiro se encaixe no sistema de produção integrada. Nesse sentido, ele avalia que o país ainda está dando os primeiros passos.

“A produção integrada é uma condição básica para nossas exportações. E se é boa para as vendas externas, é nosso dever fazer com que os consumidores brasileiros também possam ter acesso a ela”, ressalta o executivo, em declaração à equipe SNA/RJ.

Conforme definição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), “o sistema de produção integrada é focado na adequação dos processos produtivos para a obtenção de produtos vegetais e de origem vegetal de qualidade e com níveis de resíduos de agrotóxicos e contaminantes em conformidade com o que estabelece a legislação sanitária”.

O órgão federal destaca que isso é possível “mediante a aplicação de boas práticas agrícolas, favorecendo o uso de recursos naturais e a substituição de insumos poluentes, garantindo a sustentabilidade e a rastreabilidade da produção agrícola na etapa primária da cadeia produtiva, que é passível de certificação pelo selo oficial ‘Brasil Certificado’”.

EMBAIXADOR DOS PULSES

Durante o encontro no Canadá, o Ibrafe tornou-se a instituição representante da Global Pulse Confederation no Brasil.

Com isso, o presidente do Instituto passou a fazer parte do comitê executivo do GPC e foi declarado o “Embaixador dos Pulses” no Brasil, com a missão de incentivar a produção, exportação e o consumo desses tipos de produtos.

Vale ressaltar que pulses são as sementes comestíveis de plantas da família das leguminosas. O termo se refere somente às sementes secas, tais como: ervilhas secas, feijão, lentilhas, grão de bico, entre outras.

Segundo a FAO, que elegeu 2016 o Ano Internacional das Leguminosas, elas são fundamentais para a segurança alimentar e nutricional, para a adaptação do campo às mudanças climáticas, além de ser super indicada para a saúde humana e para a conservação/preservação dos solos.

De elevada importância, especialmente na América Latina e Caribe (centro de origem de muitas leguminosas), a organização internacional destaca que grande parte da produção de pulses nessas regiões está nas mãos de agricultores familiares, “que desempenham um papel importante no desenvolvimento rural, além do cultivo ajudar na mitigação das mudanças climáticas ao fixar nitrogênio no solo”.

“Potenciar a produção e o consumo de leguminosas é chave para enfrentar a crescente obesidade na região, que atinge em média a 22% dos adultos da região e a fome afeta a 34 milhões de homens, mulheres e crianças”, destaca publicação da FAO.

DIA MUNDIAL DOS PULSES

O presidente do Ibrafe, Marcelo Eduardo Lüders também participou do Fórum da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, promovido pela FAO em Nova York (EUA). Lá, ele defendeu a criação do Dia Mundial dos Pulses.

O objetivo é acender as discussões em torno da importância da produção desse tipos de alimentos, conscientizando os produtores rurais sobre as melhores práticas em campo e os consumidores sobre a valorização dessas leguminosas.

No encontro da FAO, ele informa que estiveram reunidos líderes de negócios e governo, juntamente com os chefes de agências da ONU, organizações internacionais importantes e grupos da sociedade civil.

“A intenção foi investigar o papel que as empresas desempenham na entrega da Agenda 2030. Foi um encontro de políticas de alto nível e multidisciplinar. Vimos pessoas defenderem o respeito à diversidade dos povos, passando pelo respeito às mulheres como forma de estabelecer relações justa nas interações humanas”, informa o presidente do Ibrafe, em declaração à equipe SNA/RJ.

Lüders ainda acrescenta que “a Agenda 2030 reconhece o papel fundamental do fair trade (comércio justo, em português), na busca de cumprir a promessa de desenvolvimento sustentável e inclusivo”.

A Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, agora chamada de Agenda 2030, corresponde a conjunto de programas, ações e diretrizes que vão orientar os trabalhos das ONU e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável.

FOME NO MUNDO

Durante a 40ª Conferência da FAO, no último dia oito de julho, a organização internacional informou que o número de pessoas que passam fome no mundo cresceu, desde 2015, cenário que pode ameaçar vários anos de avanços nessa área.

Conforme a instituição, cerca de 60% das pessoas sem alimentos necessários para a subsistência vivem em áreas afetadas por conflitos e mudanças climáticas. Os dados oficiais da FAO devem ser divulgados no mês de setembro.

Leguminosas têm papel importante no campo e no combate à fome em todo o mundo, segundo a FAO. Foto: Divulgação

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