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quinta-feira, 28 de março de 2024

Leia o artigo “Investir em Educação e Cultura é Gastar?”

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12/04/2018 10h56 – Janaina Garcia *

O PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal e solidário assumido pelos governos Federal, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, desde 2012, para atender à Meta 5 do Plano Nacional da Educação (PNE), que estabelece a obrigatoriedade de “Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental. O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa tem o propósito de apoiar todos os professores que atuam no ciclo de alfabetização, incluindo os que atuam nas turmas multisseriadas e multietapa, a planejarem as aulas e a us arem de modo articulado os materiais e as referências curriculares e pedagógicas ofertados pelo MEC às redes que aderirem ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e desenvolverem as ações desse Pacto.

Alguns dias atrás li um comentário nas redes sociais de que o PNAIC seria uma utopia e justamente isso me motivou a escrever este artigo. Em primeiro lugar o Pnaic ou qualquer outro meio de aferição deve ser considerado de onde estávamos e onde pretendemos chegar. É verificar não se aumentou o “satisfatório”, mas diminuímos o insatisfatório? Educação é ação e não mensuramos resultados desta forma. Num primeiro momento não oferece retorno. Educação é onde estamos e o que ainda precisamos fazer! Enquanto medirmos a educação comparando-nos com as produções de qualidade em fábri cas, não veremos o que conquistamos, apenas o que falta! O que se gasta na escola é o que não se gasta nas outras áreas, principalmente segurança pública e saúde.

Vou exemplificar: na Suécia, 112º país do mundo em população carcerária, são 4.852 presidiários para 9,5 milhões de habitantes 51 para cada 100 mil habitantes. No Brasil, que tem a 4ª maior população carcerária do mundo, são 584.003 detentos, ou 274 por 100 mil habitantes. Na Noruega, cito a prisão de Bastoy. Todas as manhãs, os detentos se levantam, tomam um café da manhã “reforçado”, preparam um lanche para levar para o trabalho, que começa pontualmente às 8h30. Trabalham até as 14h30 (por cerca de R$ 21 por dia), almoçam a partir das 14h45 e, depois disso, estão “livres” par a praticar outras atividades, até às 23h, quando devem se recolher a seus aposentos.

Com o trabalho dos detentos, a prisão é autossustentável e tão ecológica quanto possível. Os detentos fazem reciclagem, usam energia solar e, a não ser pelos tratores, seus meios de transporte para trabalho, diversão e tudo mais são apenas cavalos e bicicletas. Bastoy é a prisão “mais barata” da Noruega e não há até ontem registros de tentativas de fuga de Bastoy. Os detentos vivem, em pequenos grupos, em espécies de chalés espalhados pela ilha, com quartos individuais, cozinha completa, televisão de tela plana e todos os confortos de uma casa pequena.

O lugar tem uma grande biblioteca, escola, sala de música, sala de cinema, sala de ginástica, capela, loja, enfermaria, dentista, oficinas para conserto de bicicletas (o meio de transporte dos presos pela ilha) e de outros equipamentos, carpintaria, serviços hidráulicos, estábulo (onde os prisioneiros cuidam dos animais), campo de futebol, quadra de tênis e sauna. Trabalham no estábulo, na oficina, na floresta e nas instalações do prédio principal, praticam esportes, fazem cursos, pescam. O sistema de execução penal da Noruega exclui a ideia de vingança, que não funciona, e se foca na reabilitação do criminoso, que é estimulado a fazer sua parte através de um sistema progressivo de be nefícios.

O custo dos detentos para Mato Grosso do Sul é de 27 milhões de reais.O estado tem capacidade para 7,8 mil presos e atualmente está com mais de 15 mil. Lógico, isso não se faz por decreto e nem de um dia para o outro, mas o que se "gasta" na educação é investimento, O que se acredita em educação é a certeza de um futuro melhor. Só se respeita as leis do país se isto é feito desde pequeno. Se a criança aprende a se alimentar bem e saber seus cuidados com higiene e saúde certamente não abarrotarão as UPAS quando adultos, não precisarão transportar entorpecentes ( 6 mil detentos) pra sobreviver pois ter&at ilde;o condições de pleitear trabalho digno. Por fim,não tenho dúvidas que as críticas ao PNAIC colaboraram para fazer-me refletir e melhorar ainda mais minha dedicação a vida e aos estudos; e olhar para aqueles rostinhos infantis (nossos alunos) como o nosso futuro... o meu futuro. E quem participou das formações e colocar em prática o que foi discutido e vivenciado no PNAIC certamente colaborará para melhorar os avanços de sua turma de maneira significativa, e esse é só mais um passo, para uma mudança na Educação e mudando a educação, mudam as outras áreas subsequentemente e quem reside nas cidades como Corumbá e Dourados, considerados corredores do tráfico entendem como temos de ter esperanças nessas crianças de hoje e nos professores que a cada dia mostra o mundo que vivemos.

*Formadora Local do PNAIC, Professora há 20 anos na REME Detentora dos Prêmios “Professor por Excelência” e “Professor Inovador”.

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