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quinta-feira, 28 de março de 2024

Sobrevivente do Massacre de Caarapó escapa de nova emboscada

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Antevendo as intenções dos indivíduos não identificados que se aproximavam da moradia, Simão mandou que a mulher fugisse com a filha e entrou numa plantação de mandioca da família, em busca de um esconderijo.

Com informações do Cimi – 29/06/2016 09h19

Menos de 48 horas depois de deixar o Hospital da Vida, em Dourados, Simão Guarani e Kaiowá, sobrevivente do Massacre de Caarapó, sofreu emboscada durante a noite de domingo, na casa que divide com a esposa e uma filha, na Reserva Tey’i Kue, localizada nos limites de demarcação da Terra Indígena (TI) Dourados Amambai Peguá, município de Caarapó.

Antevendo as intenções dos indivíduos não identificados que se aproximavam da moradia, Simão mandou que a mulher fugisse com a filha e entrou numa plantação de mandioca da família, em busca de um esconderijo.

O indígena não conseguiu fugir para mais longe porque ainda se recupera dos tiros que atingiram tórax e abdome, durante confronto no dia 14 à retomada Yvu, tekoha – lugar onde se é – Tey’i Jusu, TI Dourados Amambai Peguá.

A ação terminou com o assassinato do agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza e outros seis Guarani e Kaiowá feridos com gravidade por disparos de arma de fogo, entre eles Simão e uma criança de 12 anos.

Com lanternas e encapuzados, ao menos três indivíduos, conforme relato de Simão, vasculharam a moradia. Todavia, não procuraram pelo Guarani e Kaiowá nas imediações da casa, onde está o roçado de mandioca no qual Simão se embrenhou para escapar da emboscada. Na fuga, a filha de Simão caiu e bateu a cabeça, mas sem gravidade – o indígena, a mulher e a criança passam bem.

O caso confirma o temor apresentado pelos parlamentares da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal (CDHM) que no relatório da diligência realizada em Mato Grosso do Sul, entre os dias 15 e 16 de junho, pede à Secretaria de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania, a inserção dos sobreviventes do Massacre de Caarapó no Programa de Defensores de Direitos Humanos. A CDHM entende que como “testemunhas oculares” do ataque violento, esses Guarani e Kaiowá precisam de proteção.

“O pai dele (Clodiodi) está ameaçado, outro filho em risco de morte no hospital. Não pode ir pra cidade atrás de comida que é ameaçado. E na mídia os fazendeiros ainda dizem que Clodiodi foi atropelado por um caminhão”, diz um Guarani e Kaiowá da TI Dourados Amambai Peguá.

Indígenas pedem um basta aos conflitos por terrafoto - Cimi

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