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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Da produção familiar direto para as escolas

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[email protected] 24/08/2017 08h20

A alimentação é indispensável para o desenvolvimento humano, principalmente, o das crianças. Elas têm energia de sobra, mas é preciso recarregar.

Para isso, um prato rico em nutrientes é fundamental, apontam especialistas. Para esses nutrientes chegarem até elas, um dos caminhos é por meio das unidades de ensino.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) prevê o uso de no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar, na compra de alimentos da agricultura familiar.

E eles, os agricultores familiares, se dedicam ao trabalho no campo para garantir que esses alimentos cheguem fresquinhos no prato da garotada. Francisco de Sousa, de 50 anos, é produtor no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina/DF – região administrativa do Distrito Federal, a cerca de 40 km de Brasília.

O agricultor produz hortifrúti e vende para o Pnae desde 2014.

O agricultor ressalta os cuidados para garantir que seus maracujás e brócolis encham os olhos dos pequenos.

“Eu colho no domingo para conseguir entregar na segunda-feira. Sou bem rígido na seleção, pois sei que estou mexendo com a alimentação das pessoas e, por isso, não posso dar bobeira, principalmente, se tratando de crianças”, justifica.

Até meados desde ano, Francisco forneceu cerca de 3,5 mil quilos de maracujá para a rede de ensino do Distrito Federal (DF).

Ele está entre os 137 produtores que possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) da Associação Mista dos Agricultores Familiares, Orgânicos e Produtores Rurais do Distrito Federal e Entorno. Juntos, fornecem 19 tipos de hortifrúti para as escolas de São Sebastião e Santa Maria, regiões administrativas do DF.

Ter cuidado com o manejo dos produtos é a estratégia dos agricultores da associação para garantir a qualidade dos alimentos.

“A gente fala para o produtor selecionar o máximo possível e sempre passamos para eles que aquele alimento pode ser o que o filho dele está comendo na escola”, afirma Ivan Engler, presidente da associação.

Ivan ainda conta que após os alimentos chegarem na associação, eles passam por uma nova seleção, em um galpão, na propriedade de Francisco.

De lá, os alimentos saem em um caminhão as 5 horas da manhã e percorre cerca de 60 km até chegar às escolas de São Sebastião.

No Centro de Educação Infantil 03, os produtos ganham sabores ainda mais apurados pelas mãos da cozinheira Nilza Carence.

“Os alimentos chegam aqui fresquinhos. Assim fica até fácil a preparação. As crianças gostam muito, adoram as sobremesas que eu faço com as frutas. É um luxo para gente trabalhar com produtos naturais daqui da região”, assegura.

Segundo o Delegado Federal do Desenvolvimento Agrário do DF, Kleber Carlos da Silva, poder comercializar para escolas próximas do local de produção também garante maior sustentabilidade para o trabalho dos agricultores, além de dinamizar a economia local.

“Programas como Pnae te dão essa oportunidade. Isso é ganho de tempo e dinheiro, o que oferece a eles mais qualidade de vida”, afirma Kleber.

Os alimentos da agricultura familiar são fornecidos de acordo com a demanda da Secretaria de Educação, por meio de um edital.

Segundo a nutricionista Jaqueline Pereira, os produtos são usados para compor um cardápio rico em vitaminas e minerais. “Com essa gama de alimentos conseguimos oferecer uma alimentação rica e balanceada.

Quanto mais frescos eles chegarem, mais vitaminas e minerais eles vão ter e, consequentemente, nós vamos poder ofertar um maior valor nutricional, além de evitar o desperdício no preparo”, revela a especialista.

Apoio técnico

Para plantar com qualidade e levar bons produtos para o mercado, Francisco e os demais agricultores contam com o apoio e orientação dos profissionais da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Brasília.

O engenheiro agrônomo Eduardo Damásio, extensionista da Emater-DF conta que a empresa acompanha os agricultores desde o lançamento do edital até a entrega dos produtos. “Damos apoio desde o início.

Auxiliamos na hora de fazer o projeto, de organizar a produção, na hora da entrega, nos recebimentos de pagamento e até em como proceder com as notas fiscais”.

Dinho Souto / Ascom Sead / Francisco de Sousa, de 50 anos, é produtor no Núcleo Rural Rio Preto e produz hortifrúti e vende para o Pnae desde 2014

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