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sexta-feira, 29 de março de 2024

Vacinação contra aftosa exige atenção do produtor

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As doses devem permanecer em ambiente refrigerado, entre + 4 e + 8 graus, desde o estabelecimento onde foi adquirida até o local de aplicação, o mangueiro.

Por: Douradosagora – 06/05/2016 11h21

Mato Grosso do Sul abre oficialmente o período de vacinação contra a febre aftosa na etapa maio, com a meta de imunizar 20,8 milhões de bovinos, segundo a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
A enfermidade é infecciosa e altamente contagiosa, sendo causada por um vírus do gênero Aphtovirus pertencente à família Picornaviridae, que durante surtos a taxa de morbidade pode chegar a 100% em animais suscetíveis. Por sua vez, a taxa de mortalidade é geralmente baixa, cerca de 2% dos animais adultos e 20% dos jovens.

Desta forma, o Brasil com o maior rebanho comercial do mundo, estimado em aproximadamente 210 milhões de cabeças de gado, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem as medidas de vigilância e controle da febre aftosa como fundamentais, pois qualquer barreira sanitária imposta pelos países importadores pode decretar o embargo de produtos de origem animal. “Em um Estado como Mato Grosso do Sul, por exemplo, onde a economia é baseada na agropecuária, se um único produtor não fizer a lição de casa, a economia do Estado está em risco”, alerta a pesquisadora Vanessa Felipe da Embrapa.

A virologista pontua os cuidados necessários nesta etapa de vacinação, a começar pela aquisição do produto em revendedores idôneos e doses dentro do prazo de validade. A seguir, o armazenamento. “A conservação das vacinas é um ponto crítico em todo o processo”, frisa. As doses devem permanecer em ambiente refrigerado, entre + 4 e + 8 graus, desde o estabelecimento onde foi adquirida até o local de aplicação, o mangueiro.

Outro detalhe é o local de vacinar. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), recomenda, conforme a médica-veterinária, que seja na região da tábua do pescoço, subcutânea (embaixo da pele) ou intramuscular e “embora seja um procedimento usual e corrente, ainda gera dúvidas. Todo cuidado é pouco”. A limpeza do local e dos equipamentos também é crucial. Seringas e agulhas sempre desinfectadas, nada de material enferrujado e “somente animais sadios são vacinados. Bovinos doentes e debilitados não respondem adequadamente à imunização”, ressalta. São procedimentos que corroboram para alcançar os níveis desejados de proteção.

Há 11 anos, ininterruptos, a cobertura vacinal em MS é superior a 95% e para o médico-veterinário, Cleber Soares, chefe-geral da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), o envolvimento de entidades federais e estaduais, públicas e privadas, fortalecem tais índices e garantem o risco mínimo de eventuais surtos. “A mobilização dos atores da cadeia produtiva da pecuária de corte bovina, tanto de leite quanto de carne, dá respaldo técnico e institucional às campanhas anuais de vacinação”, afirma.

Por sua natureza, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Mapa, subsidia tecnicamente o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) e para Cleber Soares o maior desafio da pesquisa é avançar e aprimorar os modelos e métodos de diagnósticos existentes, assegurando maiores níveis de precisão, praticidade e velocidade. Especialista em sanidade animal, ele enfatiza a eficiência e a eficácia dos meios atuais, entretanto, observa que há novas variações de diferentes tipos virais, inclusive com características regionais, o que exige o acompanhamento e a evolução das pesquisas.

A equipe de pesquisadores em sanidade da Embrapa em Campo Grande, integrada por Vanessa Felipe, Cleber Soares e outros cientistas, conduz estudos utilizando proteínas sintéticas do organismo para uso em diagnóstico. Os resultados não serão imediatos, manipular o vírus requer tempo e infraestrutura com alta segurança biológica. Sendo assim, prevenir, corretamente, é o caminho mais seguro, por enquanto.

A enfermidade é infecciosa e altamente contagiosa, sendo causada por um vírus do gênero Aphtovirus pertencente à família Picornaviridae, que durante surtos a taxa de morbidade pode chegar a 100% em animais suscetíveis.

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