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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Desaparecimento das abelhas ameaça produção global de alimentos

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Desaparecimento das abelhas ameaça produção global de alimentos, alerta CGEE

Ascom do MCTIC – 27/10/2016 16h03

Conscientizar crianças e adolescentes sobre a importância de proteger e conservar todas as espécies de abelhas para a continuação e manutenção da vida na Terra.

Esse é o objetivo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) durante a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

Em estande montado no Jardim Botânico de Brasília, com o tema “Ciência Amiga das Abelhas”, a organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) leva informação e conhecimento por meio de palestras, atividades interativas, realidade aumentada e contato com espécies vivas de insetos polinizadores do ecossistema, como as abelhas.

“Essas crianças que passam por aqui não vão esquecer pelo resto da vida que elas são importantes para conservação e proteção das abelhas. Esta também é a missão do CGEE: pensar o futuro; antecipá-lo.

Então, em tudo o que poderá acontecer que possa ser estudado hoje, de forma a prevenir ações que venham a ser maléficas para o homem, para a Terra, o meio ambiente, o CGEE está presente.

Temos que estimular a pesquisa nessa área, principalmente, no manejo, melhoramento genético, informações para o cidadão comum, que também pode fazer muitas coisas”, afirmou o engenheiro agrônomo Antônio Guedes, assessor técnico do CGEE e um dos palestrantes do estande.

Ao longo desta semana, os estudantes que passarem pelo local vão encontrar informações sobre a vida das abelhas, o trabalho de polinização, os riscos de extinção que algumas espécies estão sofrendo pelo mundo, além de observar espécies verdadeiras de abelhas produzindo mel em caixas.

O estande também oferece o contato com um jardim real mostrando a diversidade de plantas que atraem e ajudam a preservar as abelhas e a participação em atividades interativas concorrendo a smartwatches.

“São atividades voltadas basicamente para crianças e adolescentes de todas as faixas etárias. Hoje, já passaram por aqui estudantes de 6 a 16 anos. Para cada um, nós tentamos adaptar a linguagem facilitando a compreensão e a absorção do conhecimento.

Queremos que os jovens percebam a importância dos polinizadores no mundo, quais são os principais agentes, proteção e equilíbrio dos ecossistemas e produção de alimentos”, explicou a economista do CGEE, Mayra Juruá.

No estande, os visitantes poderão visualizar um café da manhã com polinizadores e outro sem a participação desses insetos. No primeiro caso, é possível perceber uma variedade de frutas, legumes e sucos enquanto a segunda opção conta apenas com um simples desjejum a base de pão, queijo, leite e ovo.

Os alunos poderão descrever como enxergam o futuro do planeta, e um ilustrador profissional registrará as impressões dos estudantes num painel em tempo real.

“É para que pensem o futuro. É ver a ideia que eles têm da produção de alimentos no futuro sem ou com os polinizadores.

A cada dia de evento vamos ter quatro painéis que serão submetidos à votação eletrônica no site do CGEE, e ao final da SNCT, os vencedores ganharão medalhas, certificados, e o primeiro lugar leva também um smartwatch.

A melhor ilustração será transformada em quadro e entregue à escola do aluno, ajudando nessa reflexão do que é importante hoje, mas, sobretudo, com relação ao futuro”, disse.

Aluna da Escola Vila das Crianças em Santa Maria, a estudante Rayanne de Almeida, de 15 anos, aprovou as atividades do CGEE. “Achei bem legal a exposição e todo o conhecimento repassado. Acredito que é preciso ter esse pensamento de como será o nosso mundo no futuro. Eu aprendi muito aqui e posso repassar esse conhecimento para outros colegas e familiares para ajudar as abelhas e o meio ambiente”, disse.

Polinizadoras do planeta

O engenheiro agrônomo Antônio Guedes alerta para o desaparecimento das abelhas em todo o mundo, principalmente, nos Estados Unidos e Europa, como revelam estudos realizados nas últimas décadas.

“As abelhas existem na Terra há 60 milhões de anos, e a maioria das espécies de plantas e flores de hoje são resultado do trabalho das abelhas ao longo desses anos, mas nós em poucas décadas, talvez, vamos destruí-las”, afirmou.

Segundo ele, essa ocorrência se deve a diversos fatores, incluindo as ações do homem no meio ambiente. “Muitos desses fatores são ocasionados pelo homem, principalmente, nas formas de cultivar, como as monoculturas.

No Brasil, por exemplo, é possível encontrar 15 mil hectares de soja plantados. Para nós é riqueza, para as abelhas é deserto.

Outros fatores são mudanças climáticas, aumento da temperatura, diminuição do oxigênio no ar, aumento do gás carbônico na atmosfera, elementos que contribuem para que as abelhas não se adaptem e morram”, apontou.

Para Guedes, algumas espécies de frutas e legumes que, hoje, servem de alimento para homens e animais não existiriam sem o trabalho das abelhas.

Sem elas, Antônio afirma que a vida na Terra estaria ameaçada.
“Não comeríamos maçã hoje se não fossem as abelhas. Oitenta por cento da produção de maçã depende da polinização feita por elas. Uma abelha quando sai para trabalhar durante o dia, não volta para a colmeia antes de ter visitado até duzentas flores.

Elas fazem um trabalho muito grande. Ela não vai lá polinizar, não sabe que está polinizando, ela vai buscar o néctar que é seu alimento e leva para a colmeia, e acaba atuando com a melhor fertilização que existe, pois é natural”, explicou.

SNCT

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia acontece sempre no mês de outubro, desde 2004, sob a coordenação nacional do MCTIC com o objetivo de mobilizar a comunidade científica e estudantil, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia, valorizando a criatividade, atitude científica e inovação; chamando a atenção da sociedade para a relevância da ciência para a vida de cada um e para o desenvolvimento do país; e contribuindo para que a população possa conhecer e discutir pesquisas e suas aplicações.

O tema da SNCT

“Ciência alimentando o Brasil” – se alinha à decisão da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas de proclamar 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas (AIL).

Diante da escolha, o MCTIC estabeleceu parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para realizar eventos de divulgação e educação científica em todas as unidades da instituição.

No Jardim Botânico, a Embrapa apresenta extenso material sobre a conservação dos recursos ambientais, diversidade tecnológica e atividades de controle biológico como inseticidas biológicos desenvolvidos a partir de microorganismos para controle de mosquitos transmissores de doenças e pragas agrícolas e o biorreator de imersão temporária utilizado na clonagem de mudas, capaz de reproduzir plantas com mais higiene, segurança e economia.

Estudante de Brasília visita o estande do CGEE no Jardim Botânico durante a 13a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.Crédito: Ascom/MCTIC

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