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sexta-feira, 29 de março de 2024

Pesquisa conserva diversidade de cavalos Pantaneiros

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Embrapa Pantanal 17/08/2017 11h07

No campo experimental fazenda Nhumirim, mantido pela Embrapa no Pantanal da Nhecolândia (MS), três pesquisadores realizaram a coleta de material genético de garanhões de cavalos Pantaneiros – uma das mais importantes raças localmente adaptadas do Brasil.

O objetivo é conservar, no Banco Genético da instituição, a linhagem de diferentes criações para assegurar a manutenção da diversidade da raça, conhecida pela rusticidade de seus animais.

Alguns exemplos dessas características são a tolerância a trabalhos longos e intensos no campo sob altas temperaturas e a adaptação dos cascos para o pastejo em áreas alagadas.

A iniciativa levou três dias e foi realizada pelos pesquisadores Sandra Santos, da Embrapa Pantanal, Alexandre Floriani, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, e Breno Sampaio, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Floriani coordena o projeto de conservação ec situ – ou seja, por meio de sêmen e embriões – de recursos genéticos animais.

No projeto, Santos foi a responsável pela coleta. “Nós fizemos as coletas dos reprodutores do núcleo de conservação do cavalo Pantaneiro da Embrapa Pantanal e congelamos”, afirma a pesquisadora.

De acordo com Floriani, foram criopreservadas cerca de 200 palhetas de sêmen de três animais. O número de doses inseminantes obtidas a partir desse material irá variar de acordo com a técnica a ser utilizada no processo, podendo inseminar de 25 até 100 fêmeas. “Os garanhões têm o sêmen coletado com auxílio de uma fêmea em estro e uma vagina artificial.

Após a coleta, o sêmen é analisado e, caso seja aprovado, é diluído em um meio específico, resfriado a 5ºC e congelado em vapor de nitrogênio líquido.

Concluído esse processo, as palhetas são mergulhadas em nitrogênio líquido, onde ficam armazenadas até sua utilização”.

O pesquisador descreve, ainda, a interação com a equipe da fazenda durante o trabalho de coleta e criopreservação do sêmen. “Realizamos um treinamento em coleta de sêmen equino com os funcionários do campo experimental.

Essa capacitação permitirá que os animais sejam treinados e condicionados ao procedimento de coleta previamente aos trabalhos de criopreservação.

Isso fará com que o sêmen esteja com melhor qualidade para o congelamento e aumentará o rendimento de doses congeladas, uma vez que os garanhões estarão adaptados”.

Por que conservar a genética?

A importância da conservação desse material foi destacada pelo professor Sampaio. “O cavalo Pantaneiro é um animal adaptado a um ambiente inóspito e é essencial para a economia do Mato Grosso do Sul, auxiliando na lida do gado na região do Pantanal.

Dessa forma, é muito importante mantermos um banco genético visando a preservação dessas características desenvolvidas pela seleção natural e que permitem a sobrevivência desses equinos nessa região”.

O Banco Genético da Embrapa possui, hoje, cerca de 85 mil amostras de sêmen de diferentes espécies, 450 embriões e 12 mil amostras de DNA e tecidos criopreservados a uma temperatura de -196ºC em sua seção de Recursos Genéticos Animais.

A pesquisadora Santos afirma que a conservação é fundamental para estudos futuros envolvendo a seleção de características genéticas desejáveis nos animais da raça, por exemplo. “Temos que começar a trabalhar com inseminação artificial para a manutenção desse núcleo.

Às vezes, há dificuldade em trocar reprodutores para manter a diversidade. Com isso, podemos manter sêmen de diversos criatórios, com materiais genéticos diferentes”.

Os próximos passos do trabalho envolvem a coleta de material genético de 11 linhagens da raça e a discussão com produtores rurais sobre o estabelecimento de uma central com reprodutores representativos de diferentes grupos.

Banco Genético da Embrapa recebe amostras de sêmen da raça - Foto: Sandra Santos

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