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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Déficit de quase 500 viaturas deixa até 70% sem atendimento

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13/08/2015 07h38 – Atualizado em 13/08/2015 07h38

Déficit de quase 500 viaturas deixa até 70% sem atendimento

Enquanto aumentam as ocorrências, policiais ficam “presos” nos batalhões, já que não há veículos suficientes. Faltam 5 mil coletes e quase metade dos utilizados estão vencidos. Déficit de policiais quase chega aos 5 mil.

Valéria Araújo

Com déficit de 464 viaturas, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul deixa cerca de 40% das ocorrências sem atendimento. Este número pode chegar a até 70% nos finais de semana porque a procura cresce consideravelmente. No entanto, enquanto a criminalidade aumenta neste período, policiais ficam “presos” nos batalhões, já que não há veículos suficientes para que possam se deslocar para o atendimento que chega via serviço 190. Os dados são da Associação de cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de MS.

De acordo com o presidente da entidade, Edmar Soares da Silva, como não é possível atender 100% das solicitações os policiais são obrigados a escolher pelo grau de gravidade aquelas que receberão atenção da polícia. “A população precisa entender que não é culpa do policial quando não tem como mandar a guarnição para atender a ocorrência. Isto acontece porque não tem viatura. Na maioria das vezes há equipes atuando em outros atendimentos e não tem outras viaturas para que os policiais possam sair da base. O jeito é esperar terminar um atendimento para deslocar a equipe para outro. O problema é que em muitos casos esta espera pode custar a vida da vítima”, alerta.

De acordo com a Associação, das 464 viaturas em falta, 225 são de 4 rodas e 239 são de duas rodas. Em Dourados, que tem uma população de 200 mil habitantes e atende outras 12 localidades entre distritos e cidades vizinhas, há disponíveis seis viaturas 04 rodas. O município tem déficit de 09 veículos nesta modalidade. Em relação a motocicletas, Dourados conta com 10 quando deveria ter 25.

Sem 5 mil coletes

Outro grave problema da Polícia Militar de Mato Grosso o Sul é a falta de coletes balísticos para os profissionais. O déficit é de 5 mil unidades. Outro grave problema é que para se proteger, os policiais estão utilizando coletes vencidos há anos. No total são 841 fora do prazo de validade e que já deveriam ter sido descartados, mas que continuam fazendo a proteção, mesmo que precária, dos servidores.

Além de serem obrigados a usar coletes vencidos, os policiais de Mato Grosso do Sul passam pelo constrangimento de ter que dividir os coletes, que deveriam ser de uso individual.

Essas condições contrariam as normas do Ministério do Trabalho, as quais obrigam o empregador a proporcionar aos trabalhadores os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S) e a portaria interministerial n. 02, de 15 de dezembro de 2010, a qual determina que se deve proporcionar equipamento de proteção individual e coletiva aos profissionais de segurança pública em quantidade e qualidades adequadas, garantindo a reposição permanente. O impasse só não é maior devido a dedicação dos policiais . “Apesar da falta de estrutura, nossos servidores da PM vêm obtendo resultados muito positivos na repressão do crime e isto se deve a força de vontade deles”, destaca.

Em Dourados, o diretor regional da ACS Aparecido Lima, explicou recentemente que 80% dos coletes da PM no município estão vencidos. Conforme ele, dos 150 disponibilizados para os policiais, cerca de 120 estão fora do prazo de validade. Alguns desde 2009, ou seja, há 6 anos. “O colete vencido compromete a segurança do policial, já que determinadas munições podem furar o material. É o colete que vai definir entre a vida e a morte do servidor e se ele estiver ineficaz os riscos se agravam”, alerta, observando que no início deste ano, policiais de Mato Grosso chegaram a paralisar algumas operações por estarem com os coletes vencidos.

Déficit e assassinatos

De acordo com relatório da Associação, MS tem um déficit de 4.971 policiais militares. A situação é tão grave, que o Estado é hoje o que mais mata este tipo de profissional no País, segundo dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2014, que leva em conta os números proporcionais por habitantes. Conforme o relatório, a cada mil policiais, cerca de dois (1,9) são assassinatos no Estado. A taxa brasileira é de 0,2 policiais militares mortos a cada 1 mil.

Em números absolutos, MS passou de uma morte em 2012 para 10 em 2013. Em 2014 pelo menos dois PMs foram executados, segundo dados da Associação. Edmar Soares da Silva, diz que os números são desconfortáveis, mas existem pela falta de investimento do Governo do Estado na Polícia Militar. “A Associação vem cobrando e denunciando para as autoridades sobre a falta de estrutura dos nossos policiais. Esta semana, por exemplo, enviamos ofícios para a Secretaria de Segurança Pública e estamos dialogando para que na medida do possível estas demandas sejam atendidas. É bom para o policial, mas quem ganha mesmo é a sociedade que terá mais segurança pública”, destaca.

Outro lado

A Redação entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do Governo do Estado para eventuais esclarecimentos, mas ninguém respondeu as solicitações até o fechamento desta edição.

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