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terça-feira, 16 de abril de 2024

Analistas avaliam criação de uma “moeda do clima”

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02/09/2014 13h27

É possível criar uma moeda do clima? E como articular os bancos centrais dos países para atuar com essa moeda? Essas foram algumas das questões discutidas na sexta-feira em audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, presidida pelo deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ). O encontro aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo.

— Precisamos criar uma Bretton Woods do baixo carbono — comparou Sirkis, referindo-se à conferência mundial que, em 1944, definiu parâmetros para a economia internacional.

Segundo ele, “a grande discussão atual é como criar um pano de fundo favorável à transição para a economia de baixo carbono no âmbito do sistema financeiro internacional”.

Propostas como a criação de taxas sobre a emissão de gases de efeito estufa e a aposta de uma solução de mercado, com os certificados negociáveis de redução de emissões, enfrentaram reações ou trouxeram resultados limitados, ponderou Emilio La Rovere, professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

La Rovere informou que, para limitar o aumento da temperatura do planeta, uma das ideias apresentadas pela comunidade científica europeia é a criação de um valor social para o carbono. Isso o transformaria em instrumento monetário e envolveria, na iniciativa, o sistema financeiro internacional.

Lastro para emissão

Essas propostas consideram que, assim como o ouro foi definido como lastro para a emissão de moeda em determinado momento histórico, o mesmo pode ser feito com a emissão de carbono, que teria um valor econômico conversível adotado pelos bancos centrais.

O aporte de capital lastreado em ativos de carbono legitimaria recursos em projetos de energia limpa, que, em princípio, têm custos iniciais de implantação maiores, ponderou La Rovere.

O professor destacou que esses projetos se pagariam e, portanto, não seriam inflacionários nem formariam bolhas economicamente preocupantes, como a que originou a recessão mundial em 2008 e 2009, cujos reflexos ainda estão presentes no mercado.

A formulação de um novo pacto econômico-ambiental também foi abordada em exposição feita pelo professor Jean-Charles Hourcade, diretor de Pesquisa do Centro Internacional de Pesquisa sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cired, na sigla em francês).

Também participaram do encontro, entre outros, o professor Michele Stua, da Universidade de Sussex (Reino Unido), e Everton Lucero, chefe da Divisão de Clima, Ozônio e Segurança Química do Ministério das Relações Exteriores.
(Jornal do Senado)

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