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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Delcídio diz que foi julgado ‘por antecipação’ e anuncia processos judiciais

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10/03/2015 08h48 – Atualizado em 10/03/2015 08h48

Elvio Lopes/O Progresso

O senador Delcídio do Amaral (PT), concedeu na manhã de ontem, na Capital, uma entrevista coletiva em que afirmou ter sido julgado por antecipação por suposto envolvimento na Operação Lava Jato, que se sentia com a “alma lavada” por ter o inquérito constando seu nome arquivado a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki e que já adotou e está adotando medidas judiciais contra as pessoas e instituições que transformaram sua vida política e pessoal “em um inferno” durante a campanha eleitoral para governador de Mato Grosso do Sul, no ano passado.

“Esse assunto foi usado à exaustão durante a campanha eleitoral, sem que me dessem o direito de resposta aos ataques que recebi, pessoalmente e à minha família, atingindo minha esposa, minhas filhas e até minha mãe, lá no Pantanal, mas a justiça foi feita, depois de uma investigação exaustiva pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), que arquivou o inquérito onde constava meu nome. Tentei falar sobre isso durante a campanha e hoje esta resposta é necessária para que se faça justiça”, afirmou o senador.

Ele lembrou que a campanha para governador no Estado foi difícil, com acertos e equívocos e apontou pontos cruciais que prejudicaram sua candidatura, como as denúncias que buscaram mais denegrir sua imagem. “A decisão do MPF em arquivar o inquérito prova que sou um homem honrado e que merece respeito em Mato Grosso do Sul”, destacou.

Delcídio também fez questão de agradecer aos eleitores que, mesmo com as denúncias infundadas, votaram em seu nome para governador. “Agora, quem não votou em mim por causa das falsas denúncias e que talvez na época tivesse intenção de votar, que ficaram na dúvida, possa refletir agora e reverter sua decisão”, ressaltou.

O senador reiterou que, durante a campanha eleitoral, não recebeu ataques políticos, mas pessoais, que atingiram sua família. “Talvez tenha sido a campanha mais sórdida, mais imunda na história do Estado, onde prevaleceu o desejo das pessoas que chafurdaram na lama com denúncias infundadas e fui também prejudicado pelos ataques dos anti-petistas, mas hoje estou tranqüilo e agora é o momento da retomada do trabalho, mais fortalecido, para a retomada do nosso discurso”, disse.

Economia

Ele lembrou que hoje (10), assume a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos no Senado Federal, onde garantiu que vai trabalhar pela retomada do desenvolvimento do Estado e do País, incrementando projetos que podem levar Mato Grosso do Sul a se equiparar com os demais estados da federação no recolhimento da alíquota do ICMS no destino, que espera seja regularizada até 2018. “Houve muita pressão dos outros estados que se beneficiavam para manter o recolhimento na origem, mas vamos mudar isso agora”, garantiu.

Sobre as dívidas dos Estados com a União, Delcídio afirmou que vai trabalhar para concluir a reforma tributária e pela co-validação dos incentivos fiscais oferecidos, que foram aprovados pelas assembleias legislativas, mas que devem passar pelo Congresso Nacional, esclareceu. “Estamos passando por momentos delicados em nossa economia, tivemos interferência do setor energéticos, mas vamos ajudar o Estado, que tem uma dívida impagável, a renegociar com a União. “Na comissão, vou tratar dos temas econômicos, o momento agora é de trabalhar e defender o Estado”, afirmou.

Diálogo

Em relação ao quadro político no Estado, Delcídio afirmou que o momento é de diálogo com a população, a classe política e o congresso, na busca de um equilíbrio para resolver os principais problemas do Estado e do País, com um esforço grande de conciliação.

Ele também defendeu a renovação dos quadros de lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), para fortalecer a sigla e enfrentar os novos desafios e que entendem a sociedade e ressaltou que o partido deve acabar com as correntes internas, que dividem os militantes e prejudicam o consenso. “O PT deve reavaliar as correntes e reformular suas executivas com quadros melhores e temos que enfrentar isso com coragem”, argumentou.

Política

Em relação ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o senador afirmou que vai apoiar a renegociação da dívida do Estado em Brasília e colaborar em projetos que o governo federal mantém no MS. “Mas ele poderá enfrentar dificuldades, pois seu partido é de oposição ao governo na base nacional e ele será tratado como oposição”, afirmou. Sobre o prefeito Gilmar Olarte (PP), afirmou que sua administração é fraca e que Campo Grande está “judiada” e que a partir de agora vai olhar com mais atenção para a Capital.

Delcídio explicou ainda que, a partir de agora, vai tratar também o PMDB no Estado como oposição, afirmando que o partido adotou essa postura na campanha para governador e que vem adotando também em âmbito nacional, como demonstram algumas votações no Congresso Nacional.

Petrobras

Sobre o escândalo da Petrobras e a Operação Lava Jato, Delcídio afirmou que os indicados passam a ser investigados a partir desta semana, mas que a população não deve condenar ninguém por antecipação e, sobre a inclusão do deputado federal Vander Loubet (PT-MS), no inquérito, disse desconhecer o processo e que acredita na inocência dele.

Também afirmou que, a partir das investigações, a Petrobras está revendo o seu planejamento estratégico para manter suas ações que a colocam com um capital que representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, gerando mais de 450 mil empregos e obras que precisam ser concluídas. “Temos que separar a Petrobras do dia a dia da companhia do processo judicial, pois é uma empresa de excelência e que está acima dos escândalos, que detém uma alta tecnologia e que a partir de agora terá normas mais rígidas para evitar desvios”.

Cargos federais

Delcídio confirmou que vai procurar interferir nas nomeações dos cargos federais em Mato Grosso do Sul a partir da próxima semana. Segundo ele, são 40 cargos, alguns ocupados há mais de 20 anos por apadrinhados políticos e que devem ser exonerados. “Vamos fazer um limpa, mas vamos ouvir a base de nosso partido no Estado, renovando esses cargos com pessoas qualificadas e que possam contribuir com o desenvolvimento do Estado”, anunciou.

Justiça

O senador finalizou na entrevista reiterando que já adotou medidas judiciais contra quem o prejudicou em busca de justiça, “doa a quem doer” e garantiu que vai doar tudo o que receber como resultado dessas ações, a instituições de caridade do Estado. “Temos ainda quatro anos de mandato, vamos continuar honrando os 828 mil votos recebidos e trabalhar para ajudar o Estado e o País”, concluiu Delcídio.

Delcídio do Amaral durante entrevista coletiva concedida ontem em seu escritório político na Capital. (Foto: Elvio Lopes)

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