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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Divergências marcam debate sobre políticas públicas para a juventude

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06/11/2015 07h28

Participantes de comissão geral afirmam que Estado falha ao não dar atenção suficiente ao jovem e defendem Secretaria de Juventude.

Outros convidados, no entanto, acreditam que governo e Parlamento cumprem seu papel. Houve ainda quem defendesse que o jovem não espere tudo do Poder Público

Parlamentares e convidados a falar em comissão geral sobre políticas públicas para a juventude cobraram, na Câmara dos Deputados, mais investimentos do governo em educação, lazer, cultura, esporte e em ações para o primeiro emprego do jovem.

Eles também criticaram o corte orçamentário decorrente do ajuste fiscal e a possível extinção da Secretaria Nacional de Juventude.

“É lamentável que o ajuste fiscal anuncie a extinção da já desestruturada Secretaria Nacional de Juventude”, destacou o deputado Lucas Vergilio (SD-GO), em referência à última reforma ministerial, que delegou ao novo Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos a formulação de políticas para os jovens. A reforma consta da Medida Provisória 696/15 e está em análise no Congresso Nacional.

“Os jovens se mostram preocupados diante de um governo perdulário e querem ações concretas, como locais para prática de esportes, estudos, arte e combate à violência”, declarou Vergilio.

O vice-presidente do Conselho de Juventude do Distrito Federal e coordenador nacional da Juventude Socialista Brasileira do Centro-Oeste, Raphael Curado, também reclamou da falta de dinheiro para a juventude e do rebaixamento da secretaria. “Dinheiro para botar em conta na Suíça tem, mas para a juventude não tem”, criticou Curado.

Raphael Curado criticou a pouca representatividade política do jovem brasileiro
A coordenadora-geral de políticas setoriais da Secretaria Nacional de Juventude, Helena Abramo, lembrou que o órgão, criado há dez anos, envolveu-se em grandes debates, como o que aprovou o Estatuto da Juventude.

“A gente deve reconhecer a importância da secretaria e a necessidade de continuidade da política”, avaliou Abramo.

Representatividade política

Raphael Curado apontou ainda a pouca representatividade política do jovem brasileiro, inclusive para debater a atual pauta de votações da Câmara dos Deputados, a qual considerou retrógrada nos direitos de mulheres, negros e homossexuais.

“Concordando ou não com essas pautas, o preocupante é não ter nenhum jovem com esse perfil (homossexual, negro ou das classes menos abastadas) representando aqui na Câmara”, disse.

Por outro lado, o coordenador do Movimento Brasil Livre, Fernando Silva, defendeu que o jovem não se vitimize no debate e assuma as rédeas de seu futuro.

“Eu fui obrigado a ouvir aqui que todo negro vai parar na cadeia, que o pobre não tem futuro se não for ajudado pelo Estado.

Venho aqui trazer um novo meio de fazer política. É preciso deixar a decisão na mão do cidadão e não na mão do Estado, na mão do governo”, declarou.

“A esquerda que dominou esse País só sabe reclamar. Eu, como negro, pobre e homossexual, não quero me vitimizar, quero alcançar o meu sucesso.”

Fernando Silva sugeriu que, em vez de controlar a educação, o Estado dê às famílias um vale para que elas matriculem seus filhos na escola privada que desejarem.

“Eu quero que o filho da periferia possa estudar na mesma escola do patrão, em vez de se submeter ao péssimo ensino público.”

Espaços na Câmara

Para a deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), que sugeriu a comissão geral, é preciso motivar os jovens a ocupar cada vez mais os espaços na Câmara dos Deputados.

Em reposta a uma sugestão feita pelo representante da Juventude do Distrito Federal Arthur Porto Perpetuo, ela informou que já foi encaminhado um pedido à presidência da Casa para criação de uma Secretaria da Juventude, nos mesmos moldes da Secretaria da Mulher.

“Se a juventude não lutar hoje, não teremos o futuro que merecemos, um futuro com o qual todos nós sonhamos”, afirmou a deputada.

O 2º secretário da Câmara, deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), acredita que a Casa caminha bem no papel de engajar o jovem. Coordenador do programa Estágio Participação, ele ressaltou que o projeto traz à Câmara jovens universitários de todo o País.

“Não é só falar da política de oposição ou criticar o governo, mas salientar o fato de a juventude estar participando e debatendo”, comentou o parlamentar. “Se você não está satisfeito com o um partido político, crie o seu partido. Se não está satisfeito com o prefeito, o governador, ajude a conscientizá-los.”

O deputado Leo de Brito (PT-AC) destacou a participação da Câmara nos debates referentes à juventude e ainda os feitos do governo, que conta com programas de cotas e de acesso à universidade para jovens de baixa renda.

“Milhões de jovens, que jamais teriam oportunidade, estão tendo hoje graças a essa força do Parlamento. Mas também é importante evitar retrocessos, porque hoje temos nesta Casa uma pauta medieval”, alertou.(Agência Câmara Notícias)

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