28/07/2014 07h23 – Atualizado em 28/07/2014 07h23
Willams Araújo/ De Campo Grande
Alguns estão em pleno mandato eletivo e outros vão tentar pela primeira vez, mas a campanha eleitoral deste ano marca a participação de herdeiros e parentes de políticos de peso, a exemplo de outros pleitos, na tentativa de manter a velha tradição da política sul-mato-grossense.
Para analistas, nomes de força sempre ajudam na hora de atrair votos, facilitando o acesso principalmente nos cargos proporcionais, como Assembleia Legislativa, cuja disputa envolve 24 cadeiras, e Câmara dos Deputados, com 8.
Herdeiro do espólio político do ex-deputado federal Nelson Trad (PMDB), o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), foi desta vez o mais ousado da família, que conta ainda com o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) e o deputado federal Fábio Trad (PMDB) brigando pela reeleição.
Apoiado pelo governador André Puccinelli (PMDB), Nelsinho Trad disputa o governo com o senador Delcídio do Amaral (PT) e com o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), que, ao contrário, não têm influência familiar na política local.
Com o prestígio do pai, Nelsinho foi vereador e presidente da Câmara da Capital, deputado estadual e prefeito por duas vezes, secretário de Estado e hoje tentar suceder André Puccinelli.
Recordista de mandatos na Assembleia (11 no total), o deputado estadual Londres Machado (PR) deixou de tentar mais reeleição segura para ser candidato a vice-governador na chapa de Delcídio. No entanto, para manter a tradição, trabalha para eleger a filha, vereadora de Campo Grande, Grazielle Machado (PR), sua sucessora na Casa.
Político experiente e com trânsito fácil em quase todos os partidos, o cardeal republicano já ajudou a eleger o filho, Gui Machado, vereador em Campo Grande, e a esposa, Ilda Machado (PR), prefeita da cidade de Fátima do Sul por dois mandatos.
Londres também impulsionou a campanha e ajudou a eleger vários governadores ao longo de sua trajetória em Mato Grosso do Sul, além de puxar para a Assembleia diversos deputados com a força política que tem por meio do voto de legenda.
Outro que também chegou à vida pública com forte influencia do pai, ex-deputado estadual Roberto Orro, é o pedetista Felipe Orro (PDT), que tenta mais quatro anos de mandato na Assembleia.
Ex-prefeita de Três Lagoas, a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) sempre sonhou em seguir os passos do pai no Congresso Nacional, o ex-senador Ramez Tebet (PMDB), falecido em novembro 2006 aos 70 anos de idade, e faz campanha para o Senado pela coligação encabeçada por Nelsinho Trad.
PARENTES
A briga por cargos eletivos este ano não envolve apenas filhos de políticos famosos, isso porque sobrinhos, irmãos, primos e até ex-mulher também tentam ocupar um espaço deixado pela aposentadoria de seus padrinhos.
Os irmãos Trad (Nelsinho, Fábio e Marquinhos), por exemplo, têm um primo em plena campanha à reeleição, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM).
A ex-mulher de Nelsinho Trad e suplente do
senador Waldemir Moka (PMDB), Antonieta Amorim (PMDB), é candidata a deputada estadual pelo PMDB.
Apesar de não ter pai político, o deputado federal Vander Loubet (PT) chegou a Casa pela primeira vez dentro de um arrojado projeto liderado pelo seu tio, o ex-governador Zeca do PT, atualmente vereador por Campo Grande e candidato ao mesmo cargo do sobrinho.
Por pouco, a lista de parentes não fica maior na campanha deste ano, isso porque a deputada estadual Dione Hashioka (PSDB), esposa do prefeito de Nova Andradina, Roberto Hashioka (PMDB), desistiu de buscar a reeleição.
Da mesma forma, a ex-vereadora de Campo Grande e irmã do presidente da Assembleia, Jerson Domingos (PMDB), Tereza Name (PSD), não quis tentar uma cadeira na Assembleia.
Essa tradição é tão forte em Mato Grosso do Sul que até dois irmãos já atuaram na Assembleia em mandatos anteriores dentro de uma mesma legislatura, os deputados Humberto Teixeira (PMDB) e Zé Teixeira (DEM), este último em busca de seu quinto mandato.
Candidato à Câmara, o deputado estadual e presidente regional do PSDB, Márcio Monteiro, é primo da ex-senadora Marisa Serrano (PSDB), hoje conselheira do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
