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quinta-feira, 28 de março de 2024

Pesquisas devem refletir a realidade brasileira

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20/10/2014 12h26

Sondagens realizadas por institutos como DataSenado e IBGE precisam levar em conta a diversidade cultural e econômica do Brasil para obterem resultados mais realistas.

Você já foi entrevistado ou conhece alguém que respondeu questões para uma pesquisa eleitoral? Boa parte dos cidadãos costuma ter curiosidade a esse respeito, mas as qualificações para ser selecionado pelos institutos que realizam os levantamentos não são muito conhecidas do público, assim como quais detalhes, exigências e recortes populacionais tornam o resultado da pesquisa factível.

Para ser representativa, ela precisa ser aleatória, estar associada a um determinado nível de confiança e a uma margem de erro — explica Marcos Ruben Oliveira, estatístico do DataSenado.

Isso significa que, para responder um questionário de intenção de voto, um eleitor precisa ser sorteado na loteria dos institutos de pesquisa.

Eles escolhem os entrevistados depois de definida a quantidade de pessoas a serem ouvidas, a partir de um cálculo que considerará a margem de erro e o nível de confiança.

Esse cálculo, como exige a lei, deve ser feito por um estatístico, para garantir que o processo de seleção seja benfeito e com a técnica adequada, frisa Oliveira.

De acordo com ele, o primeiro passo para a realização do levantamento é a definição do público-alvo. No caso da pesquisa eleitoral para governador, por exemplo, os eleitores de um estado; para a Presidência da República, todos os eleitores brasileiros.

Ele ressalta que os votantes do exterior também deveriam ser ouvidos para retratar mais fielmente as intenções de sufrágio.

Afinal, são mais de 350 mil que participam da escolha do presidente, mesmo estando fisicamente em outro país. Mas ele salienta que deixá-los de fora não invalida a pesquisa.

Definido o público-alvo e calculada a quantidade de pessoas a serem entrevistadas a partir do cálculo estatístico, é preciso definir a amostragem, que deve ser feita sem intervenção humana, como se fosse um sorteio. A forma desse sorteio varia muito, afirma Oliveira.

Na amostragem aleatória simples, no caso da pesquisa eleitoral para presidente, poderiam ser escolhidos brasileiros em geral ao acaso.

Provavelmente, porém, ficariam de fora eleitores de estados menos populosos, como o Acre, e apareceriam muitos eleitores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, maiores colégios eleitorais.

Os grandes institutos de pesquisa, como Ibope e Datafolha, utilizam a amostragem aleatória estratificada, que também é utilizada pelo DataSenado.

Ela divide a população-alvo pelos 27 estados da Federação. Alguns aplicam ainda uma variante desse tipo de amostragem, com divisões por renda, idade, escolaridade ou gênero.

O estatístico calcula quantas pessoas serão ouvidas com base nos dados demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e utiliza o próprio banco de dados do instituto e da Justiça Eleitoral, para obter informações sobre o universo a ser pesquisado.

Sorteados os setores para a pesquisa, parte-se para a visita ao entrevistado, que deve ser ouvido pessoalmente, em campo, já que entrevista pelo telefone não é recomendada.
(Jornal do Senado)

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