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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Projeto de rota para ligar Brasil ao Pacífico pode ser incluído no PAC

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07/08/2014 09h42

A implantação definitiva da chamada Rota Bioceânica, para interligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, sonho antigo dos integrantes do agronegócio brasileiro e de prefeitos e governadores do Centro-Oeste, pode ser incluída na próxima edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3).

O anúncio foi feito pelo líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), durante audiência pública promovida ontem quarta-feira (6) pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado (CI).

O corredor viário que vai unir o Atlântico ao Pacífico – possivelmente do porto brasileiro de Santos ao porto de Iquique (no Chile) passando pela Bolívia – deverá facilitar o escoamento da produção brasileira para o mercado Asiático, especialmente para a China.

Os defensores da iniciativa acreditam ainda que ajudará a integrar o continente sul-americano beneficiando outros países como Argentina, Paraguai e Bolívia.

Esse projeto é muito importante, o governo já vem discutindo, e esperamos que no PAC 3, que o Brasil vai aprovar com a participação do Congresso Nacional, essa logística, esse planejamento, possa ser incluído – disse Pimentel, lembrando que a próxima edição do PAC está em elaboração.

Pimentel também defendeu o diálogo com os países vizinhos e o envolvimento da iniciativa privada para garantir a conclusão do empreendimento.

Para o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS), que presidiu o debate, a questão é urgente. Ele destacou que a interligação das rotas entre os dois oceanos vai reduzir os custos para produtores dos países sul-americanos, facilitando a inserção de seus produtos no mercado internacional.

Não podemos esperar mais. Há uma necessidade premente dessa interligação para os interesses econômicos e sociais do Brasil, como também nossos irmãos da Argentina, do Paraguai, da Bolívia e do Chile – disse o parlamentar.

Projeto

O projeto de interligação dos oceanos foi apresentado pelo prefeito da cidade chilena de Iquique, Jorge Soria Quiroga. Durante a audiência, o prefeito mostrou mapas com os corredores rodoviários e ferroviários prontos e os trechos que ainda precisam ser terminados.

Entre outras obras, falta concluir um trecho rodoviário de 470 quilômetros entre Villamontes na Bolívia e Hito 60, na fronteira do Chile e da Bolívia.

Duas pontes sobre o rio Apa, que divide o Paraguai com Mato Grosso do Sul, são outras obras consideradas importantes.

Segundo ele, o porto de Iquique é estratégico porque tem a capacidade de receber navios de 8 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés).

O objetivo é ampliar o porto para receber navios de 18 mil TEUs, garantindo as exportações para vários outros mercados .

Temos que ser capazes de contar com os melhores preços para os nossos produtos em todos os cantos do planeta. Esses acessos a ambos os oceanos irão nos permitir a realização desse grande projeto – afirmou o prefeito chileno.

Rotas alternativas

O caminho a ser seguido não é consensual. Há projetos de rodovias e ferrovias passando pela Bolívia ou pelo Paraguai e Argentina, por exemplo, para chegar ao Chile. Há também a possibilidade de acesso ao Pacífico pelo Peru.

De acordo com o prefeito de Porto Murtinho (MS), Heitor Miranda dos Santos, o município se apresenta como a saída mais vantajosa.

Entre Porto Murtinho e Iquique, passando pela Bolívia, não existe nenhum acidente geográfico difícil de superar, segundo o prefeito.

Essa rodovia pelo sul da Bolívia, alcançando o porto de Iquique, passaria por um altiplano, uma região suave. Penso que a grande produção da região [Centro-Oeste] saindo por Porto Murtinho seguiria pelo ponto mais curto no mapa brasileiro para ligar o Atlântico ao Pacífico – disse.

Para João Carlos Parkinson de Castro, coordenador-geral de Assuntos Econômicos da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o mais importante é buscar a melhor alternativa no menor prazo possível.

Segundo ele, a vantagem de passar pela Argentina é que a infraestrutura está praticamente pronta e o caminho a ser pavimentado é menor. Pela Bolívia, a rota é mais curta e menos acidentada, mas existem mais barreiras burocráticas.

O importante é que as soluções que sejam dadas sejam rápidas. O agricultor brasileiro não pode mais ser apenado – apontou.

João Batista Lopes Filho, assessor da Secretaria de Obras do Estado de Mato Grosso do Sul, afirmou que a nova alternativa para o escoamento da produção vai ser importante também para desafogar os portos brasileiros e superar o déficit de armazenagem de grãos.

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) apontou uma possível resistência dos portos de Santos e Paranaguá ao projeto.

É uma decisão política. É claro que outra alternativa esbarra na influência de gente que vai perder carga. Mas eu não vejo assim. Nossos portos estão sobrecarregados, nossas rodovias não suportam mais a quantidade de carretas – argumentou.
(Agência Senado)

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