32.3 C
Dourados
quinta-feira, 25 de abril de 2024

PT recebeu até US$ 200 milhões em propina, diz delator da Lava Jato

- Publicidade -

05/02/2015 16h14 – Atualizado em 05/02/2015 16h14

G1

Em depoimento concedido ao Ministério Público em acordo de delação premiada, o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco estimou que o PT recebeu de propina em contratos da estatal uma quantia entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. Segundo Barusco, esses valores se referem a propina em contratos da estatal fechados entre 2003 e 2013. O depoimento de Barusco foi dado em novembro e divulgado no andamento processual da Operação Lava Jato nesta quinta-feira (5).

Ele citou também que havia a participação do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, no recebimento das propinas. Vaccari foi levado para prestar depoimento na superintendência da Polícai Federal em São Paulo na manhã desta quinta, como parte da nona etapa da Lava Jato. Depois, foi liberado.

“[Pedro Barusco] estima que foi pago o valor aproximado de US$ 150 a 200 milhões ao Partido dos Trabalhadores, com a participação de João Vaccari Neto”, diz o documento da Justiça Federal que registra o depoimento de Barusco.

No depoimento, Barusco explicou como funcionava o pagamento e a divisão da propina nos contratos. Segundo o delator, o percentual de propina cobrado variava entre 1% e 2%, dependendo da diretoria pela qual o contrato era firmado.

Em todas as diretorias, segundo Barusco, o PT ficava com metade da propina. Ele disse ainda que esse dinheiro irregular que ia para o partido era distribuído ora para Vaccari, ora para Renato Duque, ora para o próprio Barusco, que faziam o repasse para outros agentes do esquema.

“Houve pagamento de propinas em favor do declarante [Barusco] e de Renato Duque, bem como em favor de João Vaccari Neto, representando o Partido dos Trabalhadores – PT -, a partir do momento em que este se tornou tesoureiro do partido e passou a operar em favor do mesmo”, diz o registro do depoimento.

Barusco afirmou ainda que “excepcionalmente” o ex-diretor da área Internacional Jorge Zelada também recebia parte da propina.

É a primeira vez que o nome de Zelada aparece em uma delação da Operação Lava Jato. Até agora, o nome dele só havia sido citado na CPI da Petrobras. Na delação, o ex-gerente confirmou que “organizava isso mediante uma contabilidade”.

Barusco confirmou que, entre 2005 e 2010, ele e Renato Duque receberam propinas “em mais de 60 contratos firmados entre empresas ou consórcios de empresas e a Petrobras”. E que recebeu, a título de suborno, US$ 97 milhões, que se comprometeu a devolver aos cofres públicos.

Na delação, o ex-gerente negou que se as propinas não fossem pagas, haveria represália aos empreiteiros. Barusco afirmou que o “pagamento de propinas dentro da Petrobras era lago endêmico e institucionalizado”.

Ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco (Foto: TV Globo / Reprodução)

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-
Verified by MonsterInsights