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terça-feira, 19 de março de 2024

Contato com drogas está acontecendo mais cedo

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Karina e Usan Júnior falaram sobre prevenção e tratamento.

O primeiro contato com as drogas está ocorrendo cada vez mais cedo. Motivados pela curiosidade e pelo apelo social, meninos e meninas estão deixando de lado os brinquedos da infância para se aventurarem com o uso de álcool, fumo e substâncias entorpecentes. O resultado é a dependência, doença que não tem cura, apenas tratamento. O alerta é do médico José Usan Júnior, que há dez anos atende no hospital Benedita Fernandes, unidade de Araçatuba especializada no tratamento de doenças psiquiátricas e toxicomaníacas (decorrentes do uso de álcool e drogas). O especialista participou ontem da 1ª Semana ´´Informação contra as Drogas´´, transmitida pelo programa Cidade Aberta. Em palestras realizadas no Sest/Senat (Serviço Social do Transporte / Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), de Araçatuba, o médico constatou que quase 10% das crianças na faixa etária entre os nove e os 13 anos já experimentaram algum tipo de droga. Entre os 13 e os 17 anos, 5% dos espectadores relataram a experiência. A porta de entrada continua sendo o álcool, uma das drogas lícitas mais populares. Usan aponta a desestruturação e ausência familiar, a pressão do grupo de amigos e as propagandas, que associam as drogas lícitas à beleza e à felicidade, como os fatores que levam crianças e jovens a beberem cada vez mais cedo. Muitas vezes, o consumo começa dentro de casa. ´´Os pais oferecem a bebida aos filhos apenas para saciar a vontade ou curiosidade deles´´, condena o especialista. No hospital Benedita Fernandes, para cada paciente viciado em drogas há dois alcoólatras. ´´Mas geralmente essas pessoas estão mais propensas ao uso de outras drogas´´, admite o médico. Ele explica que as drogas estimulam o cérebro. Com a dependência, o organismo passa a exigir cada vez mais drogas para proporcionar as mesmas sensações. COMBATE – Contra o vício, há apenas tratamento. ´´A dependência química não tem cura e precisa ser tratada por toda a vida. A vigilância deve ser constante´´, afirma o médico José Usan Júnior. A recuperação envolve medicação psiquiátrica, acompanhamento psicológico, espiritualidade, envolvimento da família e internação, necessária quando há risco de morte. ´´A internação deve ocorrer diante de crises de agitação e agressividade´´, ensina Usan. Nesse estágio, a vontade do paciente já não é mais levada em conta. ´´Internamos para tirar essas pessoas da crise´´, completa Usan. A internação dura, em média, trinta dias. Já a medicação, muitas vezes, é ininterrupta. Os remédios são prioritários para o controle da síndrome da abstinência, ocupando o lugar antes preenchido pelas drogas no organismo dos dependentes químicos. ´´Até a medicação surtir o efeito desejado, podem surgir distúrbios de comportamento, alucinações e convulsões´´, explica o médico. Por isso, o melhor remédio é a prevenção. Essa é a aposta da psicóloga do hospital Benedita Fernandes, Karina Cristina Auko Veiga, também participante da Semana ´´Informação contra as Drogas´´. ´´O diálogo dentro da família é muito importante para se evitar os conflitos emocionais que levam às drogas´´, acredita. Karina e Usan afirmam que os pais precisam proteger os filhos, que devem confiar neles. Também é necessário controlar o dinheiro dado às crianças e adolescentes, na tentativa de evitar esse tipo de problema. Outra medida importante citada pelos especialistas é a fiscalização de bares e restaurantes, estabelecimentos que mais vendem bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, segundo eles. SEMANA – A 1ª Semana ´´Informação contra as Drogas´´ continua hoje, com a participação do médico neurologista Sérgio Irikura e do dependente químico em recuperação Alessandro Márcio Pinheiro Rocamora. Eles falam sobre os efeitos da dependência do álcool e das drogas. O programa Cidade Aberta é transmitido pela rádio Cultura FM 95,5 e pelo Canal 21 Net Cidade – Folha da Região, das 7h às 9h. Os ouvintes e telespectadores podem fazer perguntas aos entrevistados pelo telefone (18) 3636-7732 ou pelo e-mail e MSN [email protected]:Suzi Faria/Alexandre Souza Fonte:Folha da Região – Araçatuba – SP

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