03/05/2015 15h29
Se o Brasil não aumentar e melhorar seus gastos em pesquisa e desenvolvimento científico, dificilmente vai se tornar uma economia avançada.
Essa foi uma das constatações da audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), na quarta-feira (29), sobre formação de recursos humanos para a área.
Para o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich, o investimento de verbas públicas no Programa Ciência Sem Fronteiras é um caso de sucesso.
Mas ele lembrou que nos últimos anos caiu drasticamente o investimento do setor privado em máquinas, equipamentos e material de construção, chamado de formação bruta de capital fixo.
Existe uma correlação direta entre investimento, pesquisa e desenvolvimento e formação bruta de capital fixo — explicou.
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, disse que para chegar perto dos países mais avançados, o Brasil deveria investir pelo menos 2% de seu produto interno bruto em ciência e tecnologia. Atualmente, este percentual é próximo de 1,1%, praticamente sem participação de empresas privadas.
As nossas empresas, infelizmente, não aplicam em ciência e tecnologia. Quase metade do 1,1% é principalmente de empresa pública — disse.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) pediu que se invista mais em pesquisas que dão retorno prático. Ele lembrou que, depois de 12 anos, até hoje o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) não funciona regularmente por questões burocráticas e jurídicas.
O Brasil cria ministérios com a maior facilidade para dar para grupos políticos e não consegue colocar o CBA para funcionar — lamentou o senador.
O presidente da comissão, Cristovam Buarque (PDT-DF), disse achar necessária uma mudança de mentalidade no país, incluindo mais investimentos do BNDES que gerem patentes.
(Agência Senado)
