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sexta-feira, 29 de março de 2024

Estudos sobre doença do coqueiro ganham reforço de pesquisador francês

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14/12/2014 14h00

As pesquisas sobre uma das doenças mais graves para a cultura do coqueiro, o amarelecimento letal, passam a contar com o reforço de um dos maiores especialistas no assunto, o pesquisador francês Michel Dollet, do Cirad (La Recherche Agronomique pour le Développement), França.

De 2015 a 2018, Dollet irá desenvolver trabalhos em conjunto com pesquisadores na Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE) e parceiros por meio do programa Ciência sem Fronteiras na modalidade Pesquisador Visitante Especial (PVE), conduzido pelo CNPq.

A modalidade visa atrair cientistas renomados com expressiva produção científica ou tecnológica nas áreas de conhecimento prioritárias do programa. O pesquisador passará três meses não consecutivos por ano no Brasil.

Dollet atuará no âmbito do projeto ‘Aprimoramento do conhecimento científico sobre o Amarelecimento Letal do coqueiro, uma doença quarentenária A1, e outras doenças emergentes para apoiar medidas preventivas de controle e de contingência no Brasil’, cujo líder é o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Leandro Diniz.

O pesquisador francês é referência mundial em epidemiologia e manejo de doenças letais do coqueiro. Nesse período que estará no país, o pesquisador também ministrará treinamento e cursos organizados pelas instituições envolvidas no projeto.

Além da vinda de Dollet, será possível o treinamento de pesquisadores tanto no Brasil quanto na França por meio de bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutoramento.

Parceria

O projeto conta com a parceria da equipe de pesquisadores em coco da Unidade, que tem o mandato nacional das pesquisas para essa cultura, além da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e com o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Universidade Tiradentes (UNIT), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e as empresas Sococo, Pepsico e Aurantiaca.

De acordo com Leandro Diniz, a aprovação desse projeto possibilitará a formação de um grupo multidisciplinar.

“Com o envolvimento de todos será possível desenvolver pesquisas relacionadas às causas, transmissão e manejo de doenças do coqueiro pouco conhecidas ou que ainda não foram detectadas no Brasil”, afirma.

Entre essas doenças estão a Atrofia letal da coroa do coqueiro (CCLA) e Hartrot, esta também ameaçando a cultura do dendê.

Para a pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Viviane Talamini, o projeto possibilitará aprofundar o estudo em doenças emergentes e pouco pesquisadas no Brasil.

“Nossa Unidade tem tradição em pesquisas com o coqueiro e estes estudos irão contribuir significativamente para o avanço do conhecimento desta cultura”, ressalta a pesquisadora.

Amarelecimento letal

Dentre as doenças que serão estudadas está o amarelecimento letal, que ainda não foi registrada no Brasil.

rata-se de uma doença causada por um fitoplasma que se dissemina por meio de insetos vetores e já atingiu coqueirais e palmáceas da África, Costa Atlântica, várias ilhas da América do Norte e Central e já se encontra no México e Honduras.

Em visita recente à Embrapa Tabuleiros Costeiros, o pesquisador Michel Dollet disse que é impossível prever por onde ou quando a doença chegará ao Brasil.

“O Amarelecimento Letal pode chegar via América Central, Caribe ou diretamente da Flórida (EUA) ou Moçambique. Muitos focos da patologia são resultados de importação sem controle, que introduz a doença e seu inseto vetor”, disse ele.

Quarentenárias

Praga ou doença quarentenária é todo organismo de natureza animal e/ou vegetal, fungo ou bactéria que, estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país ou região importadora exposta.

A definição das pragas quarentenárias é coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Acesse a lista de quarentenárias.

Tais organismos são geralmente exóticos para esse país ou região e podem ser transportados de um local para outro, auxiliados pelo homem e seus meios de transporte, através do trânsito de plantas, animais ou por frutos e sementes infestadas.

As pragas quarentenárias se agrupam em duas categorias: A1 – são as pragas exóticas não presentes no país; A2 – são pragas de importância econômica potencial, já presentes no país, porém apresentando disseminação localizada e submetidas a programa oficial de controle.
(Embrapa Tabuleiros Costeiros)

Coqueiro saudável (esq.) ao lado de planta acometida pelo amarelecimento letal - Foto: N. A. Harrison/APS

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