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terça-feira, 23 de abril de 2024

Governo quer sede de centro mundial de biodiversidade

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O Brasil quer ser sede de um centro internacional de capacitação de biodiversidade.

O lançamento da candidatura foi feito durante reunião em Nairóbi, no Quênia, no início de outubro.

Trata-se de um desdobramento natural das decisões tomadas em 2010 em Nagóia, no Japão, durante a 10ª conferência da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

Ali, os países que assinaram a convenção decidiram criar um painel científico sobre biodiversidade bastante similar ao que reúne o conhecimento internacional sobre mudança do clima, o IPCC.

O IPCC, sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, subsidia decisões das Nações Unidas e dos governos sobre clima. Não havia nada assim para estudos em biodiversidade.

O encontro de Nagóia marcou o surgimento da Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, em inglês), que não está apenas ligado à convenção sobre biodiversidade, mas também às correlatas, como a que trata do comércio internacional de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção.

A candidatura brasileira para o centro de biodiversidade faz parte da arquitetura internacional que começa a surgir em torno desse assunto.

“O Brasil tem condições de sediar um centro global de capacitação profissional em gestão de dados de biodiversidade”, diz o biólogo Carlos Alfredo Joly, titular da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Joly fazia parte da delegação que esteve em Nairóbi e falou sobre a proposta do centro brasileiro durante a Fapesp Week, o encontro científico que terminou ontem, em Washington, e reuniu uma centena de pesquisadores brasileiros e americanos no Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars.

Neste momento, três países se candidataram formalmente para sediarem o secretariado da IPBES, a plataforma da biodiversidade – Alemanha, Austrália e Coreia do Sul.

O Brasil lançou a ideia do centro. Ali, explica Joly, poderiam ocorrer desde estudos para o cruzamento de dados de sensoreamento remoto e biodiversidade à modelagem de cenários de biodiversidade relacionados aos de mudança climática, por exemplo.

Pesquisadores de diversos países que estudam polinizadores poderiam trabalhar em conjunto no centro, ilustra Joly, que é também professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A Noruega lançou candidatura parecida com a brasileira, mas o perfil do centro norueguês seria voltado ao estudo da exploração pesqueira.

Não há data definida, ainda, para a análise de ambas as propostas, diz Joly, que também é o coordenador do programa Biota, da Fapesp, um extenso mapeamento da biodiversidade de São Paulo que há mais de dez anos faz a ponte entre pesquisas e a formulação de políticas públicas de conservação no Estado.

É possível que, no futuro, existam vários centros de biodiversidade pelo mundo, cada um com vocação em uma área. O centro brasileiro teria foco em fauna e flora.(Valor Online)

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