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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Adaptação climática em países em desenvolvimento exige investimento inteligente

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05/11/2021 06h00 – Por ONU

Em um novo relatório a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) pede por uma abordagem transformadora na adaptação climática, especialmente nos países em desenvolvimento.

A análise é a segunda parte do Relatório Anual de Comércio e Desenvolvimento da Conferência, divulgado em setembro.

A agência da ONU critica a visão da adaptação climática como uma espécie de “prima pobre” da mitigação. O documento destaca que os custos de adaptação para os países em desenvolvimento dobraram na última década devido à falta de ação e devem crescer ainda mais com o aumento das temperaturas, chegando a 300 bilhões de dólares em 2030 e 500 bilhões em 2050.

No documento, os países são aconselhados a fortalecer a resiliência climática melhorando a coleta de dados e as técnicas de avaliação de risco.

O relatório também aponta a necessidade de um planejamento robusto para o desenvolvimento sustentável como forma de adaptação às mudanças climáticas.

Políticas industriais verdes serão críticas para os países em desenvolvimento se adaptarem às mudanças climáticas, disse a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em relatório publicado na quinta-feira (28).

O órgão de comércio e desenvolvimento da ONU recomendou uma abordagem transformadora, com a implementação de programas de investimento público em grande escala, que permitirá a essas nações enfrentar as ameaças climáticas atuais e futuras, ao mesmo tempo que impulsionará o crescimento e a criação de empregos.

Segundo a agência, muitos países em desenvolvimento sofrem com a vulnerabilidade aos choques econômicos e climáticos estão se agravando, o que resulta em rupturas permanentes, incerteza econômica e crescimento lento da produtividade.

“O relatório demonstra que uma ação satisfatória para se adaptar aos desafios climáticos exigirá uma abordagem transformada que seja proativa e estratégica, em vez de simplesmente retroativa”, disse a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan.

“Mas os governos dos países em desenvolvimento precisam de política adequada e espaço fiscal para mobilizar investimento público em grande escala para enfrentar as ameaças climáticas futuras, garantindo que esses investimentos complementem as metas de desenvolvimento”, indicou Crynspan.

O estudo é a segunda parte do Relatório Anual de Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD, divulgado em setembro.

Custos de adaptação crescentes

A agência da ONU considera que a adaptação climática ainda é vista como uma espécie de “prima pobre” da mitigação.

No entanto, essa visão se revela “míope e cada vez mais caro”, especialmente para o mundo em desenvolvimento, onde os choques climáticos estão prejudicando as perspectivas de crescimento e forçando os governos a desviar recursos escassos de investimentos produtivos.

Os custos de adaptação para os países em desenvolvimento dobraram na última década devido à falta de ação e devem crescer ainda mais com o aumento das temperaturas, chegando a 300 bilhões de dólares em 2030 e 500 bilhões em 2050.

Mesmo que os os países tenham sido aconselhados a fortalecer a resiliência climática melhorando a coleta de dados e as técnicas de avaliação de risco, o relatório argumenta que “a adaptação é menos uma questão de gestão de risco e mais de planejamento de desenvolvimento”, com o Estado desempenhando um papel fundamental.

Impacto sustentável significativo

“A adaptação ao clima e o desenvolvimento estão intrincadamente conectados e os esforços políticos para lidar com a adaptação devem reconhecer isso, a fim de ter um impacto sustentável e significativo”, disse o diretor da divisão de estratégias de globalização e desenvolvimento da UNCTAD e principal autor do relatório, Richard Kozul-Wright.

Ele sugeriu que a única solução duradoura, portanto, “é estabelecer economias mais resilientes por meio de um processo de transformação estrutural e reduzir a dependência dos países em desenvolvimento de um pequeno número de atividades sensíveis ao clima”.

O relatório propõe que o desenvolvimento pode ser “adaptado” para implementar políticas industriais verdes que levem em consideração as circunstâncias econômicas locais.

A produção de energia renovável, por exemplo, pode operar em baixa escala, abrindo oportunidades de negócios para pequenas empresas e áreas rurais.

Isso ajudaria a diversificar a produção econômica em geral, reduzir a dependência de commodities de primeira linha e até mesmo aumentar a base tributária, ajudando a criar novas fontes internas de financiamento para o desenvolvimento.

O relatório recomenda que a adaptação climática nos países em desenvolvimento deve incluir características-chave, como “abandonar a austeridade como a estrutura de política padrão”, investimento público em grande escala em energia renovável e tecnologias verdes, e adotar uma política de agricultura verde, que proteja os pequenos produtores e o meio ambiente.

Legenda: Crianças criam seu próprio barco usando lonas e garrafas plásticas durante fortes enchentes no Sudão do SulFoto: © Helene Sandbu Ryeng/UNICEF

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