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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Violência vivida por mulheres jornalistas é tema de conferência internacional

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Por ONU

Como um preparatório para o 10º Aniversário do Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a questão da Impunidade, aconteceu no último domingo (2), no Uruguai, uma conferência internacional sobre jornalismo na América Latina e Caribe.

Um dos principais focos de discussão foi a dimensão de gênero da violência contra jornalistas na região e como as mulheres são especialmente afetadas no exercício tradicional e online de seu trabalho informativo e investigativo.

O encontro foi organizado pela ONU Direitos Humanos na América do Sul, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Embaixada da Áustria em Buenos Aires.

O exercício do jornalismo na América Latina e o Caribe pode envolver ataques e ameaças à vida, com implicações diferentes para as mulheres, alertaram especialistas internacionais durante uma conferência de alto nível em Punta del Este, Uruguai, no último domingo (2).

O evento– organizado pela ONU Direitos Humanos na América do Sul, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Embaixada da Áustria em Buenos Aires– é uma atividade preparatória para a comemoração global do 10º Aniversário do Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a questão da Impunidade, a ser realizada em Viena em novembro de 2022.

Numa perspectiva de prevenção, proteção e justiça, os palestrantes destacaram a centralidade do jornalismo livre e seguro para as sociedades democráticas e lamentaram a persistência de assassinatos, assédios, estigmatização e outras formas de intimidação contra a imprensa, enfatizando a impunidade que muitas vezes acompanha os crimes contra jornalistas.

De forma transversal foi enfatizada a dimensão de gênero da violência contra jornalistas na América Latina e no Caribe, destacando que as mulheres são especialmente afetadas no exercício de seu trabalho informativo e investigativo do jornalismo tradicional e digital.

Liberdade de expressão – Durante o evento, a relatora das Nações Unidas sobre o direito à liberdade de opinião e expressão, Irene Khan, citou duras estatísticas sobre crimes contra jornalistas na região. A especialista disse ainda que a tecnologia digital abre novas possibilidades para o jornalismo investigativo, mas também gera novas ameaças, principalmente contra as mulheres. “Quando as mulheres são atacadas, online ou offline, a intenção é silenciá-las e limitá-las.”

“Estamos preocupados com a violência e não a vemos parar com o tempo”, comentou o presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Ricardo Pérez Manrique, que citou a jurisprudência da Corte sobre liberdade de expressão e seu alcance.

Por sua vez, o relator para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Pedro Vaca Villarreal, pediu às autoridades que levem a sério as ameaças contra a imprensa e que se comprometam com a prevenção. “Estamos em um ponto em que as lideranças políticas têm dificuldade na hora de apoiar os jornalistas”, alertou.

Já o representante adjunto de direitos humanos da ONU para a América do Sul, Xavier Mena, destacou a necessidade de garantir o direito à liberdade de expressão e de ver os jornalistas como pessoas defensoras dos direitos humanos. “Os riscos enfrentados por esses profissionais devem ser enfrentados e o círculo de impunidade deve ser fechado com investigações rápidas, exaustivas e imparciais.”

Plano de ação- Representando a UNESCO, o diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação, Tawfik Jelassi, compartilhou as preocupações e destacou as principais realizações do Plano de Ação. “A questão da segurança dos jornalistas tem um papel mais importante na agenda internacional das Nações Unidas do que tinha há 10 anos.”

Por sua vez, a oficial da organização independente Artigo 19, Paula Saucedo, fez recomendações para o Plano de Ação, como o fortalecimento de mecanismos preventivos e participativos para os próprios jornalistas. Ele também destacou desafios nas áreas de propriedade da mídia, assédio por parte de funcionários públicos e precariedade no emprego.

Outros participantes foram o coordenador residente da ONU no Uruguai, Pablo Ruiz Hiebra; a vice-chefe de missão da Embaixada da Áustria em Buenos Aires, Lisa Butzenlechner; a diretora de Programas da Aliança Regional para a Livre Expressão e Informação, Daniela Urribarri; e a representante da Associação para as Comunicações Progressistas, Paula Martins.

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