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quinta-feira, 25 de abril de 2024

MS registra primeiro caso suspeito de varíola dos macacos

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A Secretária Estadual de Saúde (SES) informou, nesta terça-feira (31), que foi notificado o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos em Corumbá. Trata-se de um adolescente, de 16 anos, residente em Porto Quijarro, na Bolívia. O jovem procurou atendimento médico no município, onde está internado e isolado.

Em nota, a secretaria informou que o adolescente esteve no dia 26 de abril, em Santa Cruz de La Sierra, onde passou por uma consulta com médico neurologista. O paciente fez uso do medicamento carbamazepina e, desde então, relata que após quatro dias da troca de marca do remédio, começou a perceber lesões avermelhadas pelo corpo, espalhando pela boca e pela região.

Outras lesões inflamadas foram detectadas no couro cabeludo e tórax, além de febre (38,5ºC), ínguas na cervical, axilas e virilha, sendo esses sintomas da doença.

Segundo a mãe do adolescente, a família não teve contato com ninguém com sintomas semelhantes e que mesmo a sala de espera do médico estando cheia, não havia ninguém com os sintomas citados. Neste mesmo dia, o paciente começou a apresentar manchas avermelhadas pelo corpo, havendo rupturas de lesões na região peniana, mãos e pés.

O adolescente chegou em Corumbá, no dia 29 de maio, e passou por atendimento no Pronto Socorro ficando em isolamento. Na tarde de segunda-feira (30), a vítima foi internada na Santa Casa.

A Secretaria de Estado de Saúde destacou que foram solicitados diversos exames para prosseguimento à investigação do caso. E ressalta que é fundamental a realização de investigação clínica no intuito de descartar as doenças que se enquadram como diagnóstico diferencial, dentre elas, varicela, herpes zoster, sarampo, zika, dengue, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvirus), reação alérgica (como a plantas).

1- O que é a varíola dos macacos

A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre, ou seja, um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos – o que ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à família dos ortopoxvírus. 

Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento). 

A taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. As crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê, aponta a OMS.

2- Quais os sintomas da doença

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai.

Os sintomas da varíola dos macacos podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas. Casos mais leves de varíola podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa. É provável que haja pouca imunidade à infecção naqueles que viajam ou são expostos de outra forma, pois a doença endêmica geralmente é limitada a partes da África Ocidental e Central.

3- Como ocorre o contágio

A fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS. No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.

4- Como a doença foi identificada

A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano de varíola dos macacos foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola. Desde então, a varíola dos macacos foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.

Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5/5, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12/5. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30/4, e a doença foi confirmada em 13/5. 

 5- Tem vacina

Historicamente, a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a varíola dos macacos. Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis e populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas. No Reino Unido, a vacina contra varíola está sendo oferecida às pessoas de maior risco.

6- Como se prevenir

Residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem abster-se de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes para evitar a exposição ao vírus, além de evitar contato com pessoas infectadas e usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele.

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