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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Setor industrial perde 9,6 mil empresas e um milhão de empregos em dez anos

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IBGE

Em 2020, o país tinha 303,6 mil indústrias com uma ou mais pessoas ocupadas, sendo 6,3 mil indústrias extrativas e 297,3 mil indústrias de transformação. Essas empresas geraram R$ 4,0 trilhões de receita líquida de vendas (R$ 274,6 bilhões na indústria extrativa e R$ 3,7 trilhões na indústria de transformação) e pagaram R$ 308,4 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa, que abrange as indústrias extrativas e de transformação.

Setor industrial perde 9,6 mil empresas e um milhão de empregos em dez anos

Desde 2011, o número de empresas industriais teve a sétima queda consecutiva, com a perda de 2,865 mil empresas (-0,9%) frente a 2019.  Desde 2013, ponto mais alto da série de 10 anos, a redução foi de 9,4% (31,4 mil empresas).

Em 2020 o setor industrial ocupava 7,7 milhões de pessoas, das quais 97,4% operavam nas indústrias de transformação. A indústria perdeu 1,0 milhão de postos de trabalho entre 2011 e 2020. Frente a 2013, o ponto mais alto do decênio analisado, houve uma perda de 15,3% das vagas.

Setor industrial perde 9,6 mil empresas e um milhão de empregos em dez anos

“Vimos uma tendência de redução do número de empresas desde 2014, início da crise. Entre 2019 e 2020, houve uma queda de 0,9% no número de empresas, sendo 0,8% nas indústrias extrativas e 0,9% nas indústrias de transformação. Também houve queda de 1,2% no número de unidades locais frente a 2019, sendo 1,3% nas extrativas e 1,1% nas indústrias de transformação”, analisa a gerente de Análise Estrutural, Synthia Santana.

Setor industrial perde 9,6 mil empresas e um milhão de empregos em dez anos

Das 29 divisões da Indústria, nove perderam pessoal desde 2011

Entre 2011 e 2020, mais da metade perdas de postos de trabalho foi nos setores de Confecção de artigos do vestuário e acessórios (258,4 mil), Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (138,1 mil) e Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (134,2 mil).

Já os maiores ganhos ocorreram na indústria alimentícia, principal empregadora do setor, seguida da indústria de fabricação de produtos não-metálicos e de produtos de borracha e material plástico. Como a criação de novas vagas se deu, sobretudo, em setores com salários mais baixos, o salário médio da indústria caiu em 2020.

Em 10 anos, o salário médio na Indústria caiu de 3,5 s.m. para 3,0 s.m. Mesmo pagando os salários mais elevados, as Indústrias extrativas tiveram uma redução no salário médio, passando de 6,1 s.m. em 2011 para 4,6 s.m. em 2020. Nas Indústrias de transformação, o salário médio caiu de 3,5 s.m. em 2011 para 2,9 s.m. em 2020.

Ante 2019, o salário médio caiu de 3,2 para 3,0 s.m.: nas indústrias extrativas ele se manteve em 4,6s.m. e nas indústrias de transformação, caiu de 3,1 para 2,9 s.m.

Cai porte médio das empresas, mas concentração aumenta

O porte médio das empresas caiu de 28 para 25 empregados. As indústrias extrativas permaneceram com a média de 32 pessoas por empresa em 2011 e em 2020. Nas indústrias de transformação, essa média caiu de 28 para 25 pessoas, no período.

Em 2020, as oito maiores empresas industriais eram responsáveis por 24,6% do Valor de Transformação Industrial (VTI) nacional. Em 10 anos, houve aumento da concentração industrial nas oito maiores empresas: Indústrias extrativas (+0,6p.p.) e indústrias de transformação (+0,8p.p.). Entre 2019 e 2020 a concentração aumentou nas Indústrias extrativas (1,5p.p.) e caiu nas Indústrias de transformação (-2,0p.p.).

De 2011 a 2020, a participação das indústrias extrativas no VTI passou de 13,6% para 16,3%; enquanto as indústrias de transformação caíram de 86,4% para 83,7%.

Fabricação de veículos perde 4,9 pontos percentuais de participação

Entre 2011 e 2020, houve perda de participação das receitas industriais, que somaram 4,3 trilhões dos 4,8 trilhões das receitas brutas. Um total de R$ 457,0 bilhões foram referentes a receitas de revenda, da prestação de serviços não industriais e de outras atividades produtivas (agricultura, pecuária, venda de energia elétrica etc.) e o restante, 12,2% do total, resultou de demais tipos de receitas financeiras, operacionais e não operacionais.

A participação da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias na receita líquida da indústria (7,1%) caiu 4,9 p.p., indo da 2ª para a 4ª posição no ranking, em 2020. Em contrapartida, a Fabricação de produtos químicos subiu da quarta para a segunda posição em 10 anos, saltando de 8,8% para 10,5% do faturamento.

“O comportamento do setor automobilístico está relacionado ao fato de que outros setores cresceram mais, além da própria redução do setor. É uma atividade que já vem enfrentando crises sucessivas com motivações diferentes desde 2009. Em 2011, tinha uma participação de 12%, mas foi tendo reduções, especialmente no biênio 2015/2016 em que chegou a 8,2 e 8,1%, até cair ao ponto mais baixo da série para 7,1% em 2020”, diz Synthia Santana.

Sudeste perde participação, mas ainda detém mais de 50% das receitas

Apesar da maior perda de participação em dez anos (-4,6p.p.), o Sudeste ainda concentrava 56,3% do VTI nacional em 2020. A Região Norte foi a que mais ganhou participação (2,5 p.p.), seguida pelo Centro-Oeste (1,7 p.p.).

A indústria paulista, que liderou a produção nacional com 30,4% do total em 2020, foi a que sofreu a maior redução (-2,5 p.p.) entre 2019 e 2020. Isso foi parcialmente compensado pelo avanço de 1,0 p.p. da indústria mineira – segunda mais importante do País (12,5% em 2020).

“O avanço na participação das Regiões Norte e Centro-Oeste pode ter sido influenciado pela indústria extrativa e a agroindústria, que foram menos prejudicadas pela crise sanitária”, conclui a gerente.

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