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quinta-feira, 28 de março de 2024

Associação de Vítimas de Erros Médicos quer exumação de corpo de bebê

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30/04/2012 07h42 – Atualizado em 30/04/2012 07h42

Morte ocorreu no ultimo dia 17. Pais suspeitam de negligência por parte do hospital

Valéria Araújo

A Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul (Avem-MS) ingressou na Justiça para pedir a exumação do corpo de um bebê que morreu minutos depois de nascer na maternidade pública no Hospital Universitário (HU).

A morte ocorreu no ultimo dia 17. O bebê é filho de Valdecir Ferreira Sobrinho e Gislaine Ardigo. Eles suspeitam de negligência por parte do hospital. A esposa, gestante de 41 semanas, não teria condições de passar por um parto normal mas, segundo o pai, os médicos ignoraram os apelos.

Conforme ainda o pai durante o parto a equipe médica notou que o cordão umbilical estava enrolado no pescoço do bebê, quando parte do corpo da criança já estava para fora. Diante disso, segundo a denúncia do pai, a equipe teria empurrado o bebê para dentro da barriga da mãe e realizado uma cesariana. A criança morreu e a mãe ficou com vários hematomas no abdome.

De acordo com o presidente da Associação, Valdemar Moraes de Souza, a assessoria jurídica da entidade recomendou a exumação como uma maneira de comprovar possível erro médico. “Há suspeitas de que ao empurrar a criança para dentro do ventre da mãe o pescoço da criança tenha sido quebrado, o que teria causado a morte ainda na tentativa de se realizar o parto normal; pouco antes de realizarem a cesária para retirar de fato a criança. Isto poderá ser comprovado em autópsia”, explicou, observando que o motivo da morte apontada em atestado de óbito foi a falta de oxigênio. Valdemar disse ainda que vai procurar a Polícia Federal para denunciar o caso.

O pai da criança, diz que acredita que a exumação trará as respostas as perguntas que a família faz. “Eu sei que isto não trará meu filho de volta, mas pelo menos vamos cessar as dúvidas que estão na nossa cabeça. O sofrimento é muito grande. Ainda estamos muito abalados com tudo o que aconteceu”, desabafa.

Para ele, o problema começou com a demora no atendimento. O pai conta que o filho deveria nascer no dia 13 de abril, ocasião em que levou a esposa até o hospital. Lá recebeu a informação de que deveriam aguardar alguns dias, tendo em vista que o bebê não estaria pronto para nascer. Dois dias depois a gestante começou a sentir contrações e foi novamente levada ao hospital e desta vez foi internada. Após dois dias de fortes dores, teria sido encaminhada para o parto normal.

O pai diz que procurou o MPF como maneira de chamar a atenção do poder público em relação as mortes que estão ocorrendo na maternidade e evitar perdas de novas vidas. Completamente abalado, ele diz que muita gente ainda tem medo de denunciar e que em nome dessas pessoas está procurando justiça.

MPF

O Procurador Raphael Otávio Bueno Santos, informou através da assessoria de comunicação do Ministério Público Federal que foi instaurado procedimento investigativo sobre o caso. Na ação civil, o procurador já encaminhou ofício ao Hospital Universitário pedindo informações sobre o caso. Segundo a assessoria, o procurador aguarda resposta do Hospital em relação aos questionamentos para tomar novas providências em relação ao caso.

OUTRO LADO

Sobre o caso, a assessoria de comunicação do HU remeteu nota recentemente. “Com relação ao caso da paciente Gislaine Nunes Ardigo, a direção-geral do HU/UFGD informa que todo óbito neo-natal é investigado por um comissão interna de ética médica, que já está avaliando este óbito.

A direção clínica informa ainda que já iniciou uma investigação mais aprofundada do caso, com avaliação dos prontuários médicos e obtendo informações junto à equipe. A estimativa é que um laudo oficial sobre o caso seja emitido no prazo entre 15 e 30 dias. A diretoria informa que, assim que a investigação estiver concluída, tomará todas as medidas cabíveis”.

Pai da criança e presidente da Associação defendem a exumação do corpo. Foto: Jorge Eduardo

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