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terça-feira, 16 de abril de 2024

Bahá´ís são proibidos de estudar em universidades iranianas

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Campanha “Can you solve this” quer sensibilizar autoridades

Henrique Bolgue – Da Secretaria de Comunicação da UnB

Os seguidores da fé Bahá’í são constantemente perseguidos pelo governo iraniano, que não os considera como religião desde a revolução islâmica de 1979. A maneira que o regime teocrático de Mahmoud Ahmadinejad buscou para silenciar essa comunidade foi negar-lhes educação e trabalho. Por isso, no começo deste ano, o Instituto Bahá’í de Educação Superior (BIHE) vivenciou um dos seus piores momentos. Sete professores foram presos, acusados de “atos contra o Regime”.

A iraniana Hasti Khoshnammanesh entrou no instituto em 1998 e formou-se em 2002 em Letras. Tentou estudar em escolas públicas do governo, mas era impedida assim que preenchia a ficha de inscrição. “Ou negávamos nossa crença ou éramos expulsos”, conta. O Instituto de Bahá’í surgiu em 1987.

A maioria das aulas precisava ocorrer em segredo e muitas vezes a escola foi atacada. Mesmo assim, era a única saída. “A educação é muito importante para os Bahá’í”. O diploma não é válido no Irã, mas muitos conseguem validar sua formação em outros países.

Em 2002, ela veio ao Brasil, onde espera ter uma vida tranquila, especialmente para a filha, com sete anos. “Quero que ela estude sem problemas e que faça algo bom pela comunidade”.

Instalado na entrada do Instituto Central de Ciências Norte o grupo da campanha internacional “Can you Solve This” quer contribuir para acabar com as perseguições, como as que Hasti sofreu. Seus integrantes montaram um balcão com folders e cartazes.

No local, há um computador por meio do qual é possível mandar um apelo a autoridades, como o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon. Além disso, pode-se enviar mensagem direto ao Irã usando uma carta modelo disponível.

PRESSÃO

“Ao longo da história, a pressão internacional é a única forma de garantir os direitos humanos nessas situações”, diz a brasileira Mary Caetana Aune-Cruz, graduada em Ciências Políticas pela UnB e secretária de ação com a sociedade e o governo da comunidade Bahá’í. Para ela, um dos grandes problemas é a falta de informação. “A população só se engaja se estiver informada”, analisa. Mary acredita que o Brasil tem um papel importante. “A aproximação com o regime iraniano possibilita trazer o assunto, antes isolado, à tona.”

A ideia de começar a campanha brasileira na UnB foi de Lia Cruz, estudante de Letras. “A UnB é palco de manifestações e é o lugar ideal para começar a campanha”, disse. O objetivo é que ela se espalhe por outros estados. O Brasil tem cerca de 60 mil Bahá’í e a sede nacional fica em Brasília.

Para fechar a campanha, o professor Rafael Amaral Shayani, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB, Bahá’í, irá ministrar palestra sobre o tema “Educação para a Paz e Direitos Humanos”, às 19h desta quinta-feira, dia 24 de novembro. O representante da comunidade Bahá’í do Brasil, Iradj Eghrari, também participa. Todas as quinta-feiras, às 13h, acontece uma reunião na entrada da Faculdade de Educação com orações.

DEUS

Os Bahá’í seguem o princípio da livre pesquisa da verdade. É uma religião surgida em 1863, revelada por Bahá’u’lláh. São contra o proselitismo religioso e acreditam na unidade das religiões e no processo de desenvolvimento gradual da humanidade. Por isso acreditam que, além de Bahá’u’lláh, Krishna, Abraão, Buda, Jesus, Maomé também foram mensageiros de Deus. Em vez de rituais, realizam reuniões ecumênicas e atividades educativas. Não existe um clero e por isso, em vez de pastores, padres ou sacerdotes, cada um professa sua fé. “Você é responsável por sua vida espiritual”, diz Lia.

Acesse a notícia no portal da UnB.

Estudante iraniana conta sobre perseguição. foto - UNB

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