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sábado, 20 de abril de 2024

Índios roubam cocaína confiscada na fronteira entre Bolívia e Brasil

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Cerca de 100 indígenas enfrentaram uma patrulha da Polícia boliviana e levaram os aproximadamente 350 quilos de cocaína que os agentes tinham confiscado no domingo no departamento (estado) de Santa Cruz, na fronteira com o Brasil, informaramontem fontes oficiais. O comandante da Força Especial de Combate ao Narcotráfico, coronel René Sanabria, disse que, após um tiroteio da patrulha policial com dois traficantes, em torno de 100 ayoreros (etnia da região vizinha ao território brasileiro), ajudaram os criminosos a fugir. Os indígenas enfrentaram os agentes e roubaram a droga confiscada, mas a Polícia conseguiu recuperar depois cerca de 250 quilos. Sanabria afirmou que oito agentes estavam escondidos ao redor de uma pista clandestina, esperando que um pequeno avião recolhesse a carga de cocaína, e interceptaram uma caminhonete com 350 quilos da droga e duas pessoas em seu interior. A patrulha trocou tiros com os dois homens e conseguiu pegar a droga, enquanto um pequeno avião de origem brasileira sobrevoava o local, sem chegar a pousar, aparentemente por ter percebido a presença policial. Os disparos alertaram os indígenas do lugar, que obrigaram os policiais a entregar cocaína e a esconderam, o que fez com que a patrulha pedisse reforços. Outros 100 agentes chegaram e recuperaram na segunda-feira quase 250 quilos da cocaína roubada pelos índios, e estão a procura do restante, com a ajuda de cães. O coronel Sanabria esclareceu que os ayoreros “não são os verdadeiros traficantes, mas as vítimas”, e que, por isso, a Polícia “esgotará a via do diálogo”. “A política da Polícia é enfrentar os traficantes, e não as vítimas”, disse Sanabria, sem porém descartar o uso de “outros meios” para “fazer cumprir a lei”. Na Bolívia, foram confiscadas nos primeiros sete meses de 2007 cerca de 10,6 toneladas de cocaína, em relação às 8,1 toneladas do mesmo período de 2006. Além disso, a Polícia apreendeu mais de 542 toneladas de substâncias químicas destinadas à fabricação de diversas drogas, segundo fontes oficiais. O presidente boliviano, o indígena aimara Evo Morales, comentou em agosto que o tráfico de drogas movimenta anualmente “mais de US$ 500 bilhões” no mundo, e propôs eliminar o sigilo bancário e os paraísos fiscais para combater o tráfico internacional. Segundo um recente relatório do Escritório da ONU contra as Drogas e o Crime, a produção de cocaína na Bolívia em 2006 cresceu 18% em relação a 2005, enquanto os cultivos de folha de coca, base para a elaboração da droga, aumentaram 8% no mesmo período. Os Governos dos Estados Unidos e da Bolívia trocaram acusações e desmentidos nas últimas semanas, desde que o embaixador americano em La Paz, Philip Goldberg, afirmou que o narcotráfico aumentou neste país desde que Morales chegou ao poder, em 2006. Morales continua sendo presidente de seis federações de cultivadores de folha de coca de Chapare, na zona central do país, e anunciou que aumentará os hectares legais de cultivo, apesar das reservas da ONU, dos Estados Unidos e de outros países.

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