08/04/2019 06h00 – Por CNBB
Neste ano, acompanhamos a Quaresma com o fio condutor da misericórdia e da reconciliação, que renovam e curam nossos corações, às vezes contaminados pela violência e a indiferença.
O Evangelho dominical nos apresenta a narrativa de Jesus e a mulher adúltera.
Ontem, como hoje, havia patrulhas de moral e bons costumes que tinham aprisionado, em flagrante, uma mulher adúltera (o curioso que o homem cúmplice do adultério escapou, talvez com a condescendência do mesmo grupo farisaico).
Testaram Jesus, recordando a pena para tal delito ou pecado: a morte por lapidação (apedrejamento), perguntando-o sobre o seu posicionamento.
Desconcertando a multidão enfurecida, impaciente para começar atirando pedras, Jesus, com calma, começa a escrever no chão, com o dedo.
Irritados com a demora, perguntam de novo. Jesus erguendo-se responde: “Quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!”.
Todos foram, de mansinho, retirando-se da cena, a começar pelos mais velhos. Jesus, tinha tocado a sua consciência, e invertido neles a condição de julgadores, para a real situação de pecadores e carentes de clemência e humanidade.
Esta história do Evangelho nos questiona profundamente hoje, quando grupos intolerantes nas redes sociais e ambientes públicos, etiquetam e discriminam pessoas, passando facilmente do discurso do ódio à violência raivosa.
Especialmente, a mulher tem sido vitimada por maus tratos, sevícias que não raro levam à crueldade e ao feminicídio.
Uma das políticas públicas a ser vivida na Igreja e sociedade, é a cultura do perdão e da reconciliação entre as pessoas, grupos e crenças, semeando a paz, o diálogo e a mediação, aproximando-nos com respeito e tolerância cordial de todos (as).
Que Jesus, o Pastor misericordioso, cheio de ternura e bondade, tire do nosso coração todo julgamento impiedoso e vazio de humanidade. Deus seja louvado.