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sexta-feira, 19 de abril de 2024

“Reforma política fará justiça à vontade do eleitor”

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Reforma política fará justiça à vontade do eleitor, diz Geraldo

Com quase 62 mil votos, parlamentar foi mais votado do que quatro dos deputados eleitos para a próxima legislatura, mas ficou na suplência devido ao sistema atual do quociente eleitoral

09/11/2018 06h37 – Por: Valéria Araújo

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) acredita que a Reforma Política será uma saída para fazer justiça à vontade popular, além de aproximar os eleitores dos seus representantes. O parlamentar, mesmo estando entre os cinco mais votados do Estado, ficou na suplência de uma das 8 vagas para deputado federal, no sistema atual do quociente eleitoral, que é cálculo utilizado para a distribuição de vagas para deputados ou vereadores, segundo o sistema proporcional de voto.

Essa regra ainda confunde o eleitorado que vê o seu candidato sendo o mais votado, porém perde a vaga para o adversário cuja votação foi ínfima, mas que pertence a uma coligação que teve o campeão de votos da eleição, o “puxador de votos”.

Foi o que ocorreu com o deputado Geraldo Resende. Ele teve 61.675 mil votos, ficando à frente de quatro dos deputados federais eleitos: Tio Trutis (56.339 votos), Vander Loubet (55.970 votos), Dr. Luiz Ovando (50.376 votos) e Dagoberto (40.233 votos). Apesar de mais votado, Geraldo ficou na suplência.

Para se calcular o quociente eleitoral, o número de votos válidos é dividido pelo número de vagas disponíveis na Câmara para o estado onde os candidatos foram eleitos. A partir daí, calcula-se o quociente partidário: divide-se o quociente eleitoral pelo número de votos válidos dados na coligação.

Por exemplo, se houveram 100.000 votos válidos na eleição e existem 100 cadeiras para ocupar, o resultado do quociente eleitoral será 1.000. Se um partido conquistou 20.000 votos, divide-se esse número pelo quociente eleitoral e, como resultado, o partido vai conquistar 20 cadeiras, que deverão ser ocupadas pelos deputados mais votados da coligação.

Em Dourados, o deputado federal Geraldo Resende explica que a partir de 2020, estará proibida a coligação partidária para eleições proporcionais. Deste modo, o quociente eleitoral passará a ser calculado apenas considerando os resultados obtidos pelos partidos individualmente. Porém, o parlamentar adianta que mesmo com essa mudança, estabelecida com a minirreforma em 2015, o eleitor não notará grandes alterações no sistema, tendo em vista que continuará nos mesmos moldes, porém sem coligação.

Deputado, o sistema atual de escolha dos deputados federais e estaduais, além dos vereadores, é o voto proporcional com lista aberta. Esse modelo lhe deixou fora da Câmara dos Deputados, mesmo que na última eleição tenha tido mais voto que outros quatro candidatos. O senhor acha que isso é justo?

Não diria que se trata de um sistema justo ou injusto, pois ao mesmo tempo em que não permite a eleição de candidatos com muito mais votos do que outros com votação menor e que acabam eleitos, permite a pequenos partidos e coligações a ocuparem um espaço no cenário legislativo. Essa foi a ideia que embasou a formulação deste modelo, quando se instituiu o sistema pluripartidário no Brasil. Por outro lado, acredito que o mesmo já cumpriu o seu papel e agora já comportamos um novo sistema, que é o voto distrital misto.

Como seria essa nova modalidade?

É uma combinação do voto proporcional e do voto majoritário. Os eleitores tem dois votos: um para candidatos no distrito e outro para as legendas (partidos). Os votos em legenda (sistema proporcional) são computados em todo o estado ou município, conforme o quociente eleitoral (total de cadeiras divididas pelo total de votos válidos). Já os votos majoritários são destinados a candidatos do distrito, escolhidos pelos partidos políticos, vencendo o mais votado.

Em que sentido o voto distrital seria melhor do que a forma atual?

Uma das vantagens é que o eleitor passaria a ficar muito mais próximo do eleito. Tomemos como exemplo nosso Estado, Mato Grosso do Sul. Das oito vagas que temos na Câmara Federal, quatro seriam disputadas pelos distritos, e quatro por todo o Estado. Digamos que em Mato Grosso do Sul, a região da Grande Dourados fosse um distrito. Os candidatos a deputado federal por esse distrito iriam disputar votos apenas na Grande Dourados; e uma vez eleitos, teriam compromisso com esses eleitores e não com todos os municípios sul-mato-grossenses. Ficaria mais fácil para o eleitor cobrar do deputado e este teria menos municípios para dividir as verbas a que tem direito.

O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou anteontem o nome da deputada federal Tereza Cristina como futura ministra da Agricultura. Como o senhor recebe essa notícia, tendo em vista que essa medida oportuniza que o senhor retorne a Câmara Federal?

Eu fiquei muito feliz com a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro pois ela prestigia o Estado de Mato Grosso do Sul. A deputada Tereza Cristina é competente, trabalhadora e com toda certeza vai orgulhar o País a frente do Ministério da Agricultura. MS estará bem representado no Governo Federal, tenho certeza disso. Se Deus nos permitir voltar a Câmara Federal novamente a partir do ano que vem, continuarei fazendo o que sempre fiz: trabalhar incansavelmente pelos municípios, principalmente do interior do Estado.
Porém o momento ainda é de indefinições. O que posso adiantar é que independente da função que estiver, sempre estarei trabalhando em prol da melhoria da qualidade de vida de cada cidadão sul-mato-grossense.

Com o seu possível retorno para a Câmara Federal, o que seria prioridade no seu futuro mandato

Durante toda a minha campanha eu enfatizei a importância do interior do Estado ter um representante na Câmara Federal. Atualmente dos 8 deputados federais, sou o único que mora no interior, o restante está na Capital. Por residir em Dourados e estar mais próximo dos municípios, conheço de fato as aflições e problemas de cada cidade. Se de fato retornar a Câmara Federal, pretendo continuar ouvindo as lideranças e a população de cada município para que eu possa atuar atendendo suas necessidades. Há grandes projetos em andamento e outros a iniciar nos próximos meses.

Na região da Grande Dourados, por exemplo destaco a completa Revitalização do Aeroporto, o Hospital da Mulher e da Criança em construção anexa ao Hospital Universitário; com o Hospital Regional, que está sendo construído na saída para Ponta Porã; com os autistas, cuja sede começa a ser construída, o Centro Especializado em Reabilitação (CER) que acaba de ser construído e precisará de equipamentos, duas praças sendo revitalizadas, mas que precisam de recursos para a segunda etapa; além de obras de ampliação e construção de hospitais em onze cidades da região. Acredito que mais do que obras, eu teria também um cuidado especial para com as crianças, os idosos e as pessoas com deficiência.

Independentemente da possibilidade de assumir a vaga que está sendo aberta com a ida da deputada Tereza Cristina para o Ministério da Agricultura, o senhor tem convites para assumir alguma secretaria no governo de Reinaldo Azambuja?

Logo após o 1º turno, conversei muito com o governador Reinaldo e ele me disse que caso a população lhe desse mais um mandato, gostaria de contar com minha experiência e capacidade de trabalho em seu segundo mandato. No momento aguardo a composição da equipe do governador e se eu receber esse convite, que me deixaria muito honrado, iria avaliar e levar em consideração aquilo que for mais importante para Mato Grosso do Sul e o interior do Estado.

O senhor é hoje uma das principais lideranças do partido de Reinaldo Azambuja em Mato Grosso do Sul. Quais serão os principais desafios do governo do Estado para esse segundo mandato?

Nosso governador Reinaldo Azambuja tem como principal compromisso para o próximo mandato concretizar a regionalização da saúde, o fechamento da fronteira para o crime organizado e a geração de empregos. Na saúde, o governador pretende descentralizar os atendimentos para que os municípios não dependam mais dos grandes centros, que já sofrem com a alta procura.

Nos últimos quatro anos, o governador, mesmo enfrentando a pior crise econômica da história do Brasil, conseguiu construir, equipar e ampliar dezenas de hospitais no Estado, dentro do projeto de regionalização. Agora o momento é de avançar ainda mais para garantir que essas novas estruturas possam consolidar os pólos regionais. Para isso é preciso entregar o Hospital Regional de Três Lagoas, que vai ser concluído em maio, além do Regional de Dourados e a Santa Casa de Corumbá, que são alguns exemplos de unidades em construção. No Governo Reinaldo foram investidos R$ 4,7 bilhões em saúde no Estado e lançados e ativados na rede hospitalar 70 novos leitos de UTI.

O Estado terá 947 novos leitos com a regionalização do atendimento, iniciada em seu governo. Na segurança pública, ma das primeiras providências de Reinaldo Azambuja será buscar a parceria com o presidente eleito Jair Bolsonaro para fechar a fronteira do Estado contra a criminalidade. O governador tem o compromisso de aumentar o efetivo com a convocação de 500 policiais militares por ano, e de fazer com que a Agepen assuma toda responsabilidade pela guarda, custódia e escolta de presos, além da convocação de 500 agentes penitenciários. A atração de indústrias e geração de empregos são marcas da gestão de Reinaldo que garantiu a vinda de 66 indústrias e fez a revisão de 1.200 contratos, com transparência, garantindo a abertura de 12.500 novos empregos nos próximos anos. Entre os desafios do segundo mandato está a continuidade da diversificação da matriz econômica.

Considerações

Eu quero agradecer a Deus, pelas oportunidades de servir, seja na carreira de médico ou na política, como vereador, deputado estadual, secretário estadual de Saúde e deputado federal. Agradeço também, mais uma vez, cada um dos meus 61.675 eleitores que confiaram e acreditam em meu trabalho por MS, além de cada cada colaborador. Agradeço a diretora-presidente do Jornal O PROGRESSO, minha ex-patroa, Adiles Torres, pelo generoso espaço, e a toda equipe desse matutino, que tem como fundador uma das pessoas que mais me espelhei na carreira política, o saudoso Weimar Torres, primeiro deputado federal de Dourados.

Durante toda minha trajetória de vida, Mato Grosso do Sul sempre me oportunizou muitas conquistas e vitórias. Entre elas minha família e tantos amigos. Além de críticas, ideias, lágrimas e abraços que alimentam minha alma, sempre na missão de servir e que resultaram em ações que melhoraram a vida no nosso povo. MS é grande e de gente vencedora. Meu muito obrigado a cada um! Continuarei a ajudar meu Estado e meu País, seja na função que estiver ou na missão que Deus me confiar. Deus abençoe a todos!

Deputado federal Geraldo Resende: Eu quero agradecer a Deus, pelas oportunidades de servir, seja na carreira de médico ou na política

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