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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Em MS, 82% das mulheres não fizeram mamografia

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Estado tem a segunda pior em cobertura do Centro-Oeste. Falta acesso na rede pública e são estimados 820 novos casos de câncer de mama por ano

31/10/2018 06h40 – Por:Valéria Araújo

Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) mostram que Mato Grosso do Sul tem a segunda menor cobertura mamográfica da região Centro-Oeste. No Estado, 82% das mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não fizeram a mamografia. Isso quer dizer que dos 142.642 exames previstos, apenas 25.865 foram realizados, o que corresponde a uma baixa cobertura de 18,10%. Outras 116.777 mulheres não fizeram o procedimento.

O assunto ganha destaque com a repercussão do Outubro Rosa, mês de mobilização para o combate do câncer de mama. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que 830 novos casos da doença sejam detectados esse ano no Estado.

A região Centro-Oeste apresenta uma das menores coberturas, quando comparadas às demais. “A dificuldade para agendar e realizar a mamografia ainda é o principal motivo para o baixo número de exames, além da triste realidade encontrada nos hospitais com equipamentos quebrados e falta de técnicos qualificados para operá-los”, afirma Ruffo de Freitas Junior, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Mastologia.

O estudo realizado em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, com base em atendimentos realizados pelo SUS, mostra ainda que no Brasil o número de exames é o menor dos últimos cinco anos. Para se ter ideia, eram esperadas 11,5 milhões de mamografias e foram realizadas apenas 2,7 milhões, bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Dourados

Em Dourados, a mastologista e ginecologista Ana Teresa Gusmão De Lucia, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, explica que dois obstáculos fazem com que o Brasil tenha números alarmantes de baixa cobertura mamográfica. A primeira é a baixa procura, tendo em vista que a doença é silenciosa. A segunda é o acesso ao exame na rede pública, que é precário. “As dificuldades começam em marcar o exame, que muitas vezes está indisponível. Depois que a mulher consegue realizá-lo, percorre uma verdadeira via crucis até conseguir a consulta com o mastologista e realizar a biópsia e o tratamento”, explica.

Os profissionais da área de mastologia e oncologia de várias clínicas, hospitais e associação de Combate ao Câncer da Grande Dourados se mobilizaram com ações para levar informações sobre a doença e para estimular a procura ao exame. Hoje também ocorre uma audiência pública na Câmara de Vereadores, às 19h, para tratar do assunto.

Mastologista e ginecologista Ana Teresa De Lucia alerta para o acesso precário ao exame no SUSfoto  - Marcos Ribeiro

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