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sábado, 20 de abril de 2024

Asma não tem cura e pode matar, alerta médica

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18/08/2017 09h01 – Por: Valéria Araújo

A estação mais fria do ano requer cuidados especiais, principalmente para os pacientes com Asma. No inverno o aumento nas infecções respiratórias e a permanência prolongada em ambientes fechados agravam os sintomas da doença, que não tem cura, mas se tratada corretamente permite que o paciente leve uma vida sem limitações por causa da doença.

No Brasil, a doença respiratória atinge 20 milhões de pessoas e tem uma prevalência de 10% na população geral. A asma causa sintomas como falta de ar, tosse, chiado aperto no peito e dificuldade para realizar algumas tarefas simples do dia-a-dia.

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com asma, que é a quarta causa de internação hospitalar no país e é responsável, anualmente, por 2,5 mil mortes.

Quando manifestada em sua forma grave, a asma pode exigir tratamentos adicionais específicos. Pacientes com asma grave sofrem com crises que, em muitas ocasiões, levam a hospitalizações. Crianças e adolescentes com asma grave têm até 13 vezes mais chance de serem hospitalizados, quando comparados aos portadores de asma não grave.

Durante uma crise de asma, os brônquios (tubos que levam o ar para os pulmões) reduzem de diâmetro, dificultando a respiração. Os principais sintomas são tosse, falta de ar e chiado no peito. A falta de ar varia desde uma dificuldade ao fazer esforço até uma intensa dificuldade de respirar em repouso, que chega a acordar o paciente no meio da noite. Este caso caracteriza um quadro grave e que necessita de atendimento médico imediato.

De acordo com a Fiocruz a asma é resultado da integração entre alterações genéticas e fatores ambientais e biológicos. Sua base genética fica evidente quando é focado o traço familiar. O traço genético da asma é o responsável pela impossibilidade de “cura”, exatamente como na hipertensão arterial, diabetes e outras doenças geneticamente determinadas. No entanto, freqüentemente, quando a asma é leve na infância, em 50% dos casos ela desaparece na puberdade.

Na pesquisa nacional Panorama da Saúde Respiratória do Brasileiro¸ 45% dos entrevistados que disseram conhecer asma indicam que ‘mudança de temperatura’ é um dos fatores que causam o agravamento da doença.

De acordo com especialistas, o perigo pode estar dentro de casa. O ar condicionado, por exemplo, pode provocar uma redução da umidade do ar, tornando-o ressecado o que pode ser irritante das vias aéreas. A maioria das pessoas não se sentirá incomodada com isso, mas essa situação vai causar maior impacto naquelas portadoras de doenças respiratórias crônicas, tais como rinite, asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). A mucosa respiratória dessas pessoas é mais sensível e reage de maneira exagerada a pequenos estímulos, como o ar mais frio e seco, poeira doméstica, fumaça do cigarro, poluição ambiental e até mesmo situações de estresse.

O ventilador não provoca esse ressecamento do ar e não traz esse tipo de incômodo e complicações. Apenas deve-se tomar o cuidado de se manter os ambientes livres da poeira para o ventilador não provocar a sua dispersão pelo ambiente e isso provocar crises nas pessoas alérgicas.

Em Dourados, a médica pneumologista Érica Marques Ovidio, explica que no inverno há aumento de infecções respiratórias desencadeando crises de asma. Ela dá dicas de como se prevenir da doença e como controlar as crises. Érica recomenda a vacinação contra a gripe e contra a pneumonia aos pacientes com doenças pulmonares crônicas para diminuir riscos de infecções respiratórias e crises. “A asma é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, apenas controle dos sintomas. Portanto deve ser feito tratamento continuo através de medicações inalatórias. Alem do tratamento medicamentoso deve ser feito controle ambiental e afastamento de alergenos”, destaca.

O que é a Asma e qual a sua prevalência?

A asma é uma doença inflamatória crônica nas vias aéreas caracterizada por obstrução nos brônquios, ou seja, estreitamento de vias aéreas e limitação ao fluxo aérea. É uma das doenças crônicas mais comuns, sendo um problema mundial de saúde afetando cerca de 300 milhões de indivíduos no mundo. Estima-se que no Brasil há 20 milhões de asmáticos.

Qual a causa da Asma?

A Asma é causada pela interação entre fatores genéticos e exposição ambiental a alergenos.

Qual a faixa etária mais atingida?

A asma acomete a população em todas as faixas etárias, crianças, adultos e idosos.

Quais os sintomas e suas principais complicações?

A asma causa crises de falta de ar, com dificuldade respiratória, tosse crônica, chiado no peito e dor torácica. Em crise grave de asma pode ocorrer insuficiência respiratória e óbito.

O que pode desencadear ou agravar uma crise?

Os desencadeantes são: exposição a alergenos (como ácaros domésticos, poeira, mofo, pêlo de animais), estresse e ansiedade, irritantes químicos, mudanças climáticas e infecções respiratórias virais, fumaça de cigarro e medicamentos (como aspirina e propranolol).

Existe alguma relação entre asma e alergia?

Sim, geralmente o paciente com asma apresenta sintomas respiratórios como: prurido nasal, espirros, coriza e obstrução nasal, sendo comum a associação asma e rinite alérgica.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnostico é realizado através do exame clínico, ou seja, é baseado nos sintomas descritos. A espirometria é um exame que auxilia no diagnostico e avaliação da gravidade da doença, porém mesmo que o exame esteja normal não exclui a doença. O diagnóstico de asma é clínico.

Como controlar a doença? Qual o seu tratamento?

O tratamento é feito com corticóides inalatório ou b2 agonista de longa duração, mais a corticoide inalatório, as famosas bombinhas. Como é uma doença incurável de um modo geral, o tratamento deve ser feito pelo resto da vida. Além do tratamento medicamentoso é importante, a educação ambiental como o afastamento de desencadeantes dos ataques de asma e controle de doenças como refluxo gastresofágico, rinite alérgica, obesidade e apneia do sono.

Os medicamentos como corticóides afetam o crescimento de crianças e adolescentes?

Não. Os medicamentos são os corticoides inalatórios sendo a dose muito baixa (microgramas), e de uso inalatório com menor absorção sistêmica, e assim com menos efeitos colaterais.

Quais os principais mitos relacionados com a asma?

Os mitos são com os medicamentos inalatorios, as chamadas bombinhas. No entanto não existe comprovação cientifica que estes medicamentos causem doenças cardíacas ou dependência.

O Inverno exige cuidados especiais? Quais?

Sim. No inverno há aumento de infecções respiratórias desencadeando crises de asma. As recomendações para pacientes com doenças pulmonares crônicas é vacinação contra a gripe e contra a pneumonia para diminuir riscos de infecções respiratórias e crises.

Quais as principais recomendações?

A asma é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, apenas controle dos sintomas. Portanto deve ser feito tratamento continuo através de medicações inalatórias. Alem do tratamento medicamentoso deve ser feito controle ambiental e afastamento de alergenos.

Quando procurar um pneumologista?

É primordial o tratamento e acompanhamento do paciente asmático com o pneumologista, visando controle da doença, com o menor número de crises, menor visitas ao pronto socorro e internações hospitalares, visando melhora da qualidade de vida do paciente.

Médica pneumologista alerta para crises de asma no invernofoto - Hedio Fazan

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