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sábado, 20 de abril de 2024

Confira artigo de Marcondes: A Síndrome “Mão-pé-boca”

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Confira artigo de Eduardo Marcondes: A Síndrome “Mão-pé-boca”

29/10/2018 09h31 – Por: Eduardo Marcondes*

Como crianças de CEINFs (Centro de Educação Infantil) do município de Nova Andradina foram acometidas recentemente pela síndrome “mão-pé-boca”, doença altamente contagiosa que ocorre mais frequentemente nessa faixa etária, optei por abordar o assunto nesta colaboração a O Progresso.

A síndrome “mão-pé-boca”é causada pelo vírus do grupo coxsackie, que pode ser transmitido de pessoa para pessoa ou através de alimentos ou objetos contaminados. Geralmente, os sintomas da síndrome mão-pé-boca só surgem após 3 a 7 dias da infecção pelo vírus e incluem febre superior a 38ºC, dor de garganta e falta de apetite.

Após 2 dias do surgimento dos primeiros sintomas, aparecem aftas dolorosas na boca e bolhas dolorosas nas mãos, pés e, por vezes, na região íntima, que podem coçar. O tratamento da síndrome mão-pé-boca deve ser orientado pelo pediatra ou clínico geral e pode ser feito com remédios para a febre, anti-inflamatórios, remédios para a coceira e pomadas para as aftas, com o objetivo de aliviar os sintomas.

Por causa de alguns sintomas, essa síndrome pode ser confundida com algumas doenças, como a herpangina, que é uma doença viral em que o bebê apresenta feridas na boca semelhante às feridas do herpes, e a escarlatina, em que a criança apresenta manchas vermelhas espalhadas pela pele. Por isso, o médico pode solicitar a realização de exames laboratoriais complementares para fechar o diagnóstico.

A complicação mais comum costuma ser a desidratação, pois, além do mal-estar, a dor de garganta é muito forte, e as crianças podem parar de aceitar alimentos e líquidos.As aftas bucais podem deixar a criança sem vontade de comer ou beber, correndo o risco de desidratação. Se isso acontecer, a alternativa é oferecer alimentos pastosos, como mingau ou purê, desde que não estejam muito quentes. Gelatina e sorvete são outra opção. Evite comidas ácidas, muito quentes ou condimentadas. Para evitar a desidratação, ofereça suco, chá gelado e água, sorvidos em pequenos goles.

A transmissão da síndrome mão-pé-boca ocorre através da tosse, espirros e saliva e do contato direto com bolhas que tenham estourado ou fezes infectadas, principalmente durante os primeiros 7 dias da doença, porém mesmo após a recuperação, o vírus ainda pode ser transmitido através das fezes durante cerca de 4 semanas. Além disso, o vírus pode ser transmitido através de objetos ou alimentos contaminados. Por isso, é importante lavar os alimentos antes do consumo, trocar a fralda do bebê com luva e depois lavar as mãos e lavar bem as mãos após usar o banheiro. Veja quando e como lavar as mãos corretamente.

Por conta desses fatores de contágio, pessoas contaminadas devem ficar em casa. Crianças não devem ir à creche ou à escola, e adultos devem faltar o trabalho até todos os sintomas terem desaparecidos.Mão-pé-boca pode surgir o ano todo, mas os casos aumentam ligeiramente no início do outono, quando a temperatura cai e tendemos a ficar em ambientes mais fechados. É por isso que salas de aula de escolas e creches são ambientes perfeitos para a proliferação do vírus, que é transmitido via secreções e contato físico. Por ser causada por mais de um tipo de vírus (os mais comuns são o coxsackie e o enterovírus), pegar a mão-pé-boca uma vez não é garantia de imunidade para o resto da vida.Como acontece com gripes, pode acontecer da criança ter a doença várias vezes.

Orientamos os pacientes a mesmo depois de cessados os sintomas lavar as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de manusear comida. Nas creches, é preciso ter muito cuidado com a higiene das mãos na hora de trocar as fraldas, para que os profissionais não transmitam o vírus de uma criança pra outra. Roupas comuns e roupas de cama podem ser fontes de contágio (principalmente se houver secreção das lesões da pele) e devem ser trocadas e lavadas diariamente. Brinquedos também devem ser lavados com frequência. Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca, mas há estudos muito avançados e promissores em curso. A recomendação da pediatria é, reforçamos, a adoção de medidas profiláticas tanto do ambiente quanto pessoal, como descrito acima.

*Pediatra

Médico pediatra Eduardo MarcondesFoto: Cido Costa

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