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sábado, 20 de abril de 2024

Comissão volta atrás e livra vereador Idenor de cassação

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20/05/2019 21h13 – Por: Flávio Verão

O vereador afastado Idenor Machado (PSDB) foi o terceiro a ser salvo de perder o mandato na noite desta segunda-feira (20) na Câmara Municipal de Dourados. Por 11 votos favoráveis à cassação, seis contrários e dois impedimentos ao voto, o ex-presidente da Casa de Leis continua com o cargo. Para perder o mandato ele teria que receber 13 votos. Quem salvou Idenor foram dois dos três vereadores da Comissão Processante que pedia a cassação, mas que voltaram atrás: Junior Rodrigues e Jânio Miguel. Cido Medeiros manteve o voto para perda de mandato.

Quem acompanhou Júnior e Jânio para livrar Idenor foram Juarez de Oliveira, Bebeto, Carlito do Gás e Maurício Lemes. Marinisa Mizochuchi e Toninho Cruz, por serem suplentes, não puderam votar. Pediram a cassação de Idenor os vereadores Cido Medeiros, Madson Valente, Lia Nogueira, Marcelo Mourão, Daniela Hall, Sérgio Nogueira, Alan Guedes, Elias Ishy, Silas Zanatta, Olavo Sul e Romualdo Ramim.

Diferente de Pedro Pepa, Cirilo Ramão e Denize Portolann (teve mandato cassado) que não usaram da tribuna, Idenor subiu no púlpito da Casa de Leis. Já no início do discurso passou a chorar, porém, conteve as lágrimas para poder falar de sua vida pública iniciada há pouco mais de três décadas. “Sou filho de barbeiro e costureira, tenho nove irmãos e todos nós tivemos de estuar e correr atrás”, relatou, sendo aplaudido por vários apoiadores que estiveram na Câmara para apoiá-lo. Em discurso emocionado, falou de seu currículo como vereador, secretário municipal e estadual de educação.

“Fui presidente desta Casa com apoio da maioria dos vereadores, se quisesse ter roubado, roubaria quando secretário de estado, quero ver quem vai provar que roubei dinheiro na Câmara [Dourados]”, ressaltou.

Preso no dia 5 de dezembro pela Operação Cifra Negra, desencadeada pelo Ministério Público Estadual e Polícia Civil, que investiga crimes como fraude à licitação em que empresas teriam participado de licitação como “cartas marcadas”, e para garantir que o esquema se perpetuasse, repassavam valores mensais a servidores públicos, dentre eles os membros da Mesa Diretora da Câmara, Idenor questionou a sua detenção. “A prisão desmorona, tenho buscado psiquiatria, psicólogo, porque fiquei arrebentado. Me cortou o coração quando cheguei lá [presídio] e pediram para tirar a roupa, retirar a aliança”, recordou com indignação.

A defesa do vereador afastado chegou a protocolar na manhã de ontem pedido de embargo ao relatório final da Comissão Processante que pedia a cassação do parlamentar, sob alegação de que o relatório não poderia ser diferente do apresentado aos vereadores Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB), denunciados por quebra de decoro parlamentar na mesma investigação de Idenor. As Comissões de Pepa e Cirilo pediram a absolvição por falta de provas e as votações que salvaram eles aconteceu na semana passada. O presidente da Câmara, Alan Guedes, entendeu que não caberia embargo e manteve a sessão de Idenor, que começou às 17h e se encerrou às 20h50 horas.

Patrocinada pelo escritório Azuma Brito e Dehn Advocacia, a defesa alegou que Idenor seria inocente e não poderia ser cassado. “Nós conseguimos demonstrar que, não havia como Idenor saber de alguma irregularidade nas empresas que licitaram com a Câmara, as empresas eram de Campo Grande, Idenor não tinha ingerência alguma no setor de licitações”, disse Felipe Azuma, advogado de Idenor. “A maior prova disso, é que uma dessas empresas já tinha contrato anterior com a Câmara, Idenor só deu continuidade. As outras duas empresas continuaram a prestar serviço para a Câmara depois que Idenor deixou a presidência e a Daniela Hall assumiu” continuou o advogado.

A defesa ainda sustentou que “ficou provado durante a instrução processual que Idenor jamais pediu algum favor ou benefício para alguma empresa, para algum empresário, jamais se beneficiou de esquema algum.

Idenor ocupou a tribuna da Câmara para se defenderFoto: Marcos Ribeiro

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