21 C
Dourados
sexta-feira, 29 de março de 2024

Dourados, terra de todos! – de Odila Schwingel Lange

- Publicidade -

20/12/2018 07h53 – Por: Odila Schwingel Lange*

Há 83 anos atrás
Na poeira e no sertão
Nasceu um pequeno povoado
Fruto da luta e união
De um povo corajoso
Com amor no coração!

Vários nomes recebeu
Até enfim ser batizado
Com este nome imponente
Que despertou o agrado
De quem fincou suas raízes,
Aqui no chão colorado!

Veio gente de todo lado
Para achar aqui o seu canto
E Dourados recebeu a todos,
Abrigando-os em seu manto.
Enfrentaram duras labutas
Mas sem perder o encanto!

Para chegar na capital,
Levava várias semanas
No lombo duro do burro,
Por cerrados e savanas,
Passavam noites em vigília,
Sem descansar as pestanas!

Muitos perigos enfrentaram
Esses heróis do sertão,
Enfrentando ferro e fogo,
Por um naquinho de pão,
Lutando não só com o corpo,
Mas com a alma e o coração!

Nem tudo, porém foi glória,
Muitos tombaram em batalha.
Vontade, persistência e coragem
Nunca foi fogo de palha
E o sangue dos conquistadores
Por esta terra se espalha!

E recebendo a semente
Deste povo lutador,
Dourados, enfim, prosperou
Entre o espinho e a flor,
Alça voo nas alturas,
Com a firmeza de um condor!

Muitos tombaram com glória
Para deixar seu legado,
E a terra ficou vermelha
Com o sangue derramado,
Plantando a Ordem e o Progresso
Aqui no chão colorado!

Não vou aqui justificar
O que foi certo ou errado,
Defender o inocente
Ou crucificar o culpado,
Da chama da esperança
Colhemos hoje o resultado!

E Dourados abriu suas portas
Para receber o migrante,
E um povo miscigenado
Com o orgulho inflamante
Se estabeleceu nesta terra
Com a força de um gigante!

E também vieram imigrantes
De vários outros continentes,
Pensando só no futuro
Olhando lá para frente
E no oásis do centro-oeste
Sentou praça firmemente!
Não importam os seus nomes,
Isto eu deixo para a História.
Como “poetisa guerreira”
Eu venho cantar a glória,
Fazendo versos e rimas
Mas sem forçar a memória!

E ficaram as controvérsias
Sobre quem foi herói ou vilão,
Por isso não cito nomes
Para evitar discussão,
Só quero com simples versos,
Enaltecer este chão!

Mas nem tudo aqui são flores,
Existem muitas mazelas,
Neste solo abençoado,
Tem fome, desemprego e favelas
Mas o sol brilha para todos,
Pelas portas ou janelas!

Mas não vim falar de tristezas,
Pois hoje é dia de festa
E canto minha Dourados,
Com hinos, poemas e seresta
Sou a “poetisa guerreira”
E isto ninguém contesta!

E quem não estiver de acordo
Com o curso deste rio,
Que faça outro poema
Contando tudo que viu,
Como cordelista afamada,
Topo qualquer desafio!

Concordando com o adágo
De quem luta um dia vence,
Não sou filha desta terra
Mas este título a mim pertence,
A Câmara determinou
“Sou cidadã Douradense”!

*A autora é professora, advogada, membro fundadora da Academia Douradense de Letrase da Academia de Letras do Brasil.

Odila Schwingel Lange, escritora, advogada, mestra em história, a Poetisa Guerreira

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-