Polícia de Dourados reforça ações ostensivas durante Operação Boas Festas

Dos 308 policiais do 3º BPM, cerca de 100 estão nas ruas desde o dia 15, para reforçar a operação de fim de ano, quando aumenta o movimento no comércio

20/12/2018 08h48 – Por: Marli Lange

Apesar da defasagem de policiais do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), que atende cinco cidades na região da Grande Dourados, foi disponibilizado um efetivo de pelo menos 100 praças para reforçar a “Operação Boas Festas”. A ação, iniciada no dia 15, tem como foco os principais centros comerciais das cidades sob a jurisdição do 3º BPM.

De acordo com o comandante da Polícia Militar, tenente-coronel Carlos Silva, os policiais vão ficar de olho em todos os ilícitos, principalmente em casos de furtos junto ao consumidor, muitas das vezes cometidos por menores – roubos de bolsas, celulares, carros, motos, bicicletas – pois, com o grande movimento, eles aproveitam a distração das pessoas.”Infelizmente, grande parte dos furtos é cometido por menores. Eles são apreendidos e, em pouco tempo, retornam para a sociedade e voltam a cometer novamente crimes. Há também as ocorrências de perturbação do sossego e, nos finais de semana e feriados, são muito frequentes por conta de som alto e festas em residências, que acaba tendo que deslocar nossas equipes”, diz Carlos Silva. Apesar da grande defasagem de policiais na região, o policiamento é feito à medida do possível para manter a ordem.

Dobro de policiais

Segundo o próprio comandante Carlos Silva, o déficit de policiais é grande e seria necessário dobrar o efetivo atual, para “garantir o ideal para a segurança pública da região”.

O Batalhão de Dourados conta com menos de 300 praças e oito oficiais, que são responsáveis hoje por atender uma área de 4.086,237 quilômetros quadrados e com uma população de 283.904 habitantes.
Essa defasagem é objeto de denuncia do Ministério Público Estadual (MPE-MS) que apura essa falta de policiais.

Para atender à demanda, o efetivo da PM deveria ser de algo em torno de 570 praças e pelo menos 30 policiais.

De acordo com o relatório do Conselho Institucional de Segurança Pública de Dourados (Coised), em termos quantitativo, Dourados e cidades vizinhas da região Sul têm um dos menores efetivos do Estado.

Sendo uma região próxima à fronteira com o Paraguai e penitenciária, conta com um policial para 960 habitantes, perdendo apenas para o 6º Batalhão da PM de Corumbá (1 policial para cada 1.027 habitantes) e a 2ª Companhia Independente de Polícia Militar de Maracaju (1 policial para cada 1.019 habitantes).

Algumas cidades do interior conseguem ter mais policiais do que os municípios da Grande Dourados, se levado em conta o índice habitacional.

O concurso público realizado pelo Governo do Estado, este ano, deve preencher 308 vagas para soldado e 50 para oficiais. Contudo, esse efetivo será destinado a todo o Mato Grosso do Sul, em 33 unidades independentes da corporação.

Associação

No começo deste ano, a Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ACS/PMDM/MS), acionou o Ministério Público Estadual e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Dourados) para denunciar o baixo efetivo em Dourados.

De acordo com o presidente da Associação da categoria, Aparecido Lima da Rocha, o problema é tão grave que muitas vezes viaturas novas e abastecidas ficam paradas no pátio do 3º Batalhão por falta de policiais.
Ele lembra que a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda um policial a cada 250 habitantes e que cada viatura tenha o mínimo de quatro componentes e que eles tenham tempo de descanso. “Estamos muito aquém desta realidade, tanto em Dourados como em todas as cidades de MS”, destaca Aparecido, observando que o número de aposentadorias e licenças está sendo bem maior do que as entradas nos quadros de servidores.

Segundo ele, a falta de efetivo tem colocado em risco a vida dos policiais e, como conseqüência, afeta o atendimento à comunidade em geral.

Ele lembra que apesar do concurso, geralmente Dourados sempre recebe números inferiores com relação a outros municípios. “Queremos que a classe política de Dourados busque sensibilizar o Estado a mandar um quantitativo maior de profissionais para a nossa cidade’, afirma.