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sexta-feira, 29 de março de 2024

Sem chuva, Dourados perde R$ 90 milhões na safrinha do milho

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Sem chuva, Dourados perde R$ 90 milhões na safrinha do milho

Sindicato Rural calcula que estiagem já prejudicou 20% da produção, afetando 180 mil toneladas de milho

04/05/2018 06h32 – Por: Valéria Araújo

A falta de chuvas tem causado perdas na produção do milho safrinha em Mato Grosso do Sul e estados vizinhos como o Paraná. Em MS, produtores rurais calculam perdas de 25% na produção, o que significa cerca de 2 milhões de toneladas a menos. A estimativa antes da estiagem era de colhe, no final de junho, o equivalente a 9,5 milhões de toneladas.

Em Dourados as lavouras já registram baixa de 20%, o que corresponde a 180 mil toneladas a menos na produção; um prejuízo de mais de R$ 90 milhões, conforme calcula o vice-presidente do Sindicato Rural, Ângelo Ximenes. A estimativa era de colher 900 mil toneladas, mas a estiagem tem “tirado o sono” dos produtores.

“O milho está na fase de florescimento, crescimento vegetativo e formação de espiga. Essa é a principal etapa da cultura e justamente agora não existe previsão de chuva, a não ser de forma isolada, no próximo dia 11, sem consistência e de forma irregular”, destaca. Além disso segundo a Embrapa, Dourados já está há 13 dias sem chuvas, mas as que aconteceram durante todo o mês passado não foram capazes de reverter a crise. Outro fator agravante é que esse ano o plantio do milho safrinha começou atrasado porque o excesso de chuvas do início do ano dificultou a colheita da soja.

Conforme Angelo, mesmo que chova nos próximos dias, não é possível mais reverter essas perdas já constatadas. No entanto, segundo ele, as chuvas podem evitar que o prejuízo aumente. Conforme o agrônomo, apenas quem investiu na irrigação das lavouras está imune ao problema. Em Dourados, apenas 2% dos produtores contam com essa tecnologia, que exige investimentos significativos.

Diretor da Coperplan em Dourados, empresa que auxilia o produtor rural, Angelo Ximenes diz que já existe uma procura intensa por informação a respeito do Seguro Agrícola, que concede cobertura às produções no campo, garantindo o custo de produção empregado na implantação e manutenção de culturas temporárias e permanentes, quando houver diferença entre a produção segurada e a produção colhida causada em decorrência de eventos cobertos como a estiagem. Segundo Ximenes, a maioria das áreas de produção em Dourados tem o seguro e se a produção for muito baixa, os ruralistas poderão ser indenizados.

Em relação as chuvas, o agrônomo diz que os meses de abril e maio registraram média normal esperada para esses meses. “Na verdade, apenas nos últimos 5 anos choveu no inverno e isso causou uma ilusão de que todo ano poderia ser assim, quando na verdade não é típico dessa região. Normalmente nosso outono e inverno são épocas secas”, destaca.

Conforme ainda o vice presidente do Sindicato Rural, se esse ano a agricultura for de perdas significativas, é certo que esse resultado influenciará na safrinha do ano que vem, o que pode, segundo ele, diminuir os investimentos na produção e na economia local.

Produção do milho em Dourados está ameaçada com  a falta de chuvas - Foto: Hédio Fazan

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