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quinta-feira, 28 de março de 2024

Sisfron é o ‘reality show’ da fronteira, diz general

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01/02/2019 06h56 – Por: Valéria Araújo

Considerado um dos maiores projetos de segurança e defesa do mundo, com a missão de proteger 17 mil quilômetros de fronteiras com 10 países vizinhos, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, o Sisfron, está operando com 90% da sua capacidade tática no projeto-piloto. Com tecnologia de ponta, a estrutura permite que as informações captadas pelos postos de vigilância cheguem em tempo real nos centros de operações, sendo interpretadas e usadas como suporte para a tomada de decisão. Funciona como um “reality show” da fronteira, segundo o general de Brigada Lourenço William da Silva Ribeiro Pinho, comandante da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, onde o projeto piloto está sendo desenvolvido.

Em entrevista ao Dourados Agora, o general William destaca a atuação do Exército, que é a maior presença do Estado Brasileiro na faixa de fronteira e explica a importância do Sisfron no combate aos crimes transfronteiriços. O projeto-piloto possui sistema de sensores, decisores (softwares) e atuadores (pessoal), numa extensão de 650 quilômetros na fronteira sul de Mato Grosso do Sul, do município de Caracol até o município de Mundo Novo.

1. Uma das grandes pautas nacionais é a segurança na fronteira. Qual o papel da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada nesta região?

R – A 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada é uma força que tem como missão atuar na faixa de fronteira na Defesa da Pátria, garantir a lei e a ordem quando acionada pelos instrumentos legais e cooperar com as forças de segurança pública e órgãos de controle no combate a ilícitos nesta faixa. É a maior presença do Estado Brasileiro na faixa de fronteira.

2. Como se faz o combate aos crimes transfronteiriços ?

R – O combate se faz por intermédio de operações de cooperação e integração com as instituições de segurança pública e órgãos de controle, por meio de patrulhamento na fronteira e a inteligência, cujo principal meio de ação é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).

3. Recentemente, ministros que conheceram as instalações do SISFRON em Dourados, asseguraram a continuidade do projeto. O que falta para ele estar 100% em funcionamento?

R – Inicialmente, lembro que o projeto implantado na área de responsabilidade da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada é um projeto piloto, ou seja, é a primeira aplicação prática de um conceito de sistema de monitoramento inteiramente concebido no Brasil. Por esta razão, há uma esperada alteração de prazos e cronograma, pois é experimental. Há, também, a crise economica que dilatou um pouco mais este prazo. Neste momento, contamos com cerca de noventa porcento do sistema implantado, naquilo que se refere aos equipamentos destinados à Brigada.

4. O que muda com a implantação do SISFRON ?

R – O SISFRON trouxe a tecnologia e a modernidade para as operações na área de fronteira. É um sistema de última geração na área de vigilância e informações. O sistema permite que se tenha maior consciência, por parte das Forças Armadas e dos órgãos de segurança e controle, do que se passa no cotidiano na região em que se encontra instalado. É como um “reality show” da fronteira. Os dados obtidos, após analisados por especialistas, servirão de informação de inteligência para que sejam desencadeadas operações pelos órgãos já citados, com maior efeito, oportunidade e precisão. Além disso, o sistema permite um maior comando e controle destas ações, conferindo maior integração e, por conseguinte, sisnergia.

5. Falando em fronteira, o Exército lançou recentemente a Operação Acolhida, em apoio à crise humanitária causada no Estado de Roraima, devido à fuga de venezuelanos de seu país. Como a Brigada Guaicurus atua nesta operação ?

R – Durante os próximos quatro meses, o Comando Militar do Oeste estará enviando contingentes para Roraima, a fim de participarem da Operação Acolhida. Militares, homens e mulheres, da Brigada Guaicurus integram este efetivo, realizando trabalhos na área de saúde, identificação, segurança, transporte, acolhimento, triagem, entre outras. Somos orgulhosos por participar de tão importante operação, minimizando o sofrimento alheio, e cooperando com a manutenção da normalidade da vida em Boa Vista.

6. A 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada tem atuado em ações cívico sociais em cidades do MS. Qual o objetivo dessas ações ?

R – As ações cívico sociais desenvolvidas têm por finalidade levar apoio à população que vive em regiões carentes de maior ação do poder público , particularmente na área de saúde e cultural. Essas ações podem ser realizadas apenas por pessoal militar, ou integradamente com o pessoal servidor dos municípios contemplados. Seu efeito é muito bom por levar o bem estar aos cidadãos e por divulgar valores e tradições nacionais, integrando a população carente ou distante.

7. Qual sua mensagem final ?

R – A fronteira é desafiante e apaixonante, por apresentar sua própria complexidade, riqueza e exigências. Para que seja garantida a sua plena segurança e desenvolvimento, é necessário que ocorra, cada vez mais, a integração de ações dos diferentes atores que trabalham em proveito da região. A conjunção de esforços permitirá uma maior eficácia dos resultados nos campos econômico, de segurança, social e de defesa. E cada um é responsável por sua própria contribuição a este esforço, visando a garantir um futuro de prosperidade e segurança a todos.

General de Brigada Lourenço William da Silva Ribeiro Pinho

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